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Roteiro de 15 dias visitando a região de Gaspésie (Parte 3)

Os posts longos continuam pessoal, mas o motivo é muito especial: Gaspé é simplesmente fantástica e eu não poderia deixar de dar muitas dicas para vocês, porque eu acredito que é uma região que todo mundo dele visitar. Ela é única e fantástica. Estou maravilhada com tudo que vimos e vivemos nestes 15 dias de viagem e é um prazer compartilhar detalhes com vocês. O Post 1 e o Post 2 já estão publicados e hoje eu mostro os 3 dias (Dias 9, 10 e 11 do roteiro) que passamos em Percé, que é certamente o lugar mais famoso da região.

Decidi dedicar um post inteiro a esta cidadezinha e seus arredores porque ela é encantadora e faz jus a sua fama. Percé é uma pequena cidade perto da ponta da Península de Gaspé, com um pouco mais de 3000 habitantes. O local é particularmente conhecido pelas atrações Percé Rock e da Ilha Bonaventure.

A rocha

Percé Rock é uma formação rochosa natural localizada perto da costa de frente para a cidade. É uma atração turística por seu tamanho, cor e buraco incomum em forma de porta em uma das extremidades. Na verdade havia dois buracos, mas um deles caiu em 1845 e hoje forma uma espécie de obelisco que fica em uma das pontas da estrutura. Ela impressiona e é lindíssima. Ele pode ser visto de qualquer um dos mirantes da área. Os turistas podem caminhar até o buraco na rocha na maré baixa. Durante a maré baixa algumas pessoas se arriscam a andar perto e ao redor dela, mas há vários avisos dizendo que é perigoso então seguimos as regras do local e não arriscamos.

A estrutura do local

Quando chegamos na cidade fomos direto para o calçadão da cidade, onde está a praia e há cadeiras, balanços e até um mirante gratuito para você ver a pedra e a ilha. E é nesse calçadão que estão alguns dos restaurantes e hotéis da cidade. Pausa aqui para falar do parquinho INCRÍVEL que a cidade possui e toda a estrutura ao seu redor: banheiros super limpos, mesas de picnic e torneiras para lavar a mão. Tudo muito lindo e bem cuidado. Fiquei realmente impressionada.

Apesar de um centrinho muito legal a cidade é bem pequena e tem somente um supermercado (bem completo mas pequeno), uma padaria e você conta nos dedos das mãos o número de restaurantes. Pausa aqui para dizer que todos eles fecham à tarde, então e você fizer um passeio e quiser almoçar no meio da tarde terá que recorrer ao supermercado ou a alguma lanchonete. Isso aconteceu quando fomos para a Ilha Bonaventure e acabamos almoçando na padaria da cidade, que é ótima mas muito cara. Ah, e ela não abre nos finais de semana.

A história do local

Uma curiosidade que eu tinha sobre o local era saber sobre a história das casas antigas que eu via em algumas fotos. Na verdade eu via as fotos da Percé Rock e uma mansão em uma ponta de um morro e pensava “quem é a pessoa rica que mora ai”. Pesquisando e visitando o local descobri que essa região – chamada Cap Mont-Joli – possui quatro edifícios históricos que foram declarados patrimônio da província de Quebéc em 1973 (leia mais aqui). Mas pelo que li algumas dessas casas podem ser alugadas para visitantes no verão. Passamos pelo local e ficamos encantados. Aliás, é um lugar lindo para ver o nascer do sol. E gostaria de falar que há vários edifícios históricos na beira da praia e todos muito preservados: quando você vê fotos antigas da vila você reconhece os edifícios. Fiquei muito feliz em ver que eles não derrubaram nenhum deles, mesmo estando na frente da pedra e em uma localização que seria ideal para um super hotel. Palmas para a administração da região.

Restaurantes

Nós comemos MUITO em Percé (na verdade comemos muito na viagem toda). Isso porque AMAMOS frutos do mar e a região é ideal para essa culinária. A primeira dica que eu preciso dar para vocês é: corram para o La Maison du Pêcheur e façam uma reserva. Este é o melhor restaurante da cidade e é simplesmente fantástico. Todos os frutos do mar do local são pescados por eles e frescos. Nós conseguimos jantar somente uma noite e ficamos com gosto de quero mais. Marido pegou uma tábua com diversos frutos do mar (polvo, salmão, ostras, peixes locais, lagosta), os meninos comeram salmão com vegetais e batata frita e eu pasta de frutos do mar. O ambiente e o atendimento são impecáveis. Claro que tudo isso tem um custo: nosso jantar saiu $200, mas valeu cada centavo.

Um outro restaurante que fomos e gostamos da comida – mas não do atendimento – foi o Mille Délices. Ele não se compara ao La Maison du Pêcheur, mas foi o que conseguimos ir na noite que chegamos. Fato curioso é que marido pediu um prato de lagosta ($39) e quando chegou tinha parte da lagosta como enfeite. Os meninos ficaram horrorizados e o Ian chorava e falava alto “morto, morto”. JURO para vocês que eu nem conseguia rir. Juliano teve que pedir para a atendente retirar parte do prato senão não conseguiríamos comer. Também comemos sorvete no Bar laitier Du Rocher e café da manhã no Café Champêtre. Todos ok mas, novamente, nenhum comparado ao La Maison du Pêcheur.

Onde nos hospedamos

Nossa idéia inicial era acampar no Camping Baie-de-Percé. Reservamos nosso site e levamos todo o equipamento. Alguns dias antes de sairmos de Toronto começamos a acompanhar a temperatura e vimos que estaria bem frio à noite (temperaturas de um dígito) e que talvez choveria. Na mesma hora procuramos e encontramos alguns hotéis disponíveis (poucos). Reservamos (free cancellation) um e fomos tranquilos, mesmo sabendo que estaríamos perdendo o valor pago para o camping. No meio da viagem continuamos checando a temperatura e vimos que não daria para ficar em barraca, mas achamos uma tenda Ready-to-camp para alugar. Nem pensamos duas vezes e alugamos. E AMAMOS a experiência de continuar nos hospedando em uma ótima localização mas com mais conforto. Vale falar que o local não tinha banheiro e utilizamos o banheiro coletivo, sempre muito limpo e perto. Ah, e conseguimos utilizar o valor pago no nosso camping site para abater o valor da cabana, que é cerca de $120 por noite.

Essa tenda possuía uma cama de casal e um sofá cama, além de dois aquecedores, mesa com cadeiras, local para fazer fogo e ser super fofa. Foi muito especial ficar nela e os meninos amaram. Ela ficava pertinho do Geopark – Pavilion Tektonik, que é um centro de informações sobre a região. O local tem muitas coisas legais para serem exploradas mas não fizemos nada por conta da pandemia. Mas todos os dias à noite (9pm) havia um vídeo passado no prédio sobre os animais da região, belíssimo!

Plateforme Vitrée Suspendue

Eu não poderia deixar de ir na plataforma suspensa que fica a 200 metros de altura no Mont Ste-Anne e traz vistas incríveis da região e da Percé Rock. Juliano não gosta de altura e Ian é muito inquieto para lugares muito altos, então somente eu e Thomas fomos. Você pode chegar no local caminhando (45 minutos de subida) ou de van (10 minutos), que foi a nossa opção. Fomos assim que o local abriu e fomos sozinhos na van, assim como ficamos sozinhos por um bom tempo na plataforma. O lugar é belíssimo e parte dele é de chão de vidro. As pessoas não podem andar nela com calçado. Se não me engano paguei apenas $20 para irmos os dois e foi me perguntado se eu estava hospedada no parque. Mais informações sobre o local – incluindo sua construção – podem ser encontradas aqui.

Île Bonaventure

Sim, a Percé Rock é o símbolo do local, mas foi a ilha Bonaventure que roubou meu coração. A ilha é na verdade um parque nacional super bem preservado e belíssimo, imperdível. Para chegarmos na ilha tivemos que dirigir 7km até L’Anse-à-Beaufils e pegar um barco que demorou quase 1h para chegar na ilha. Fiquei muito apreensiva e pensei muito se deveríamos ou não pegar um barco, mas fomos até o local e vimos que tudo estava sendo feito com segurança, então fomos. E foi demais! A vista da Percé Rock do barco é muito linda.

Ao chegar na ilha já fomos direto fazer a trilha Les Colonies de 5.6km ida e volta que nos levava para o que estávamos ansiosos para ver: a colônia dos pássaros Northern Gannets. Só para constar, 218 espécies diferentes de pássaros foram registrados como visitantes, migrando ou vivendo na ilha Bonaventure, mas o Northern Gannet é o mais famoso porque cerca de 150 mil deles vão para a ilha entre junho e setembro de cada ano. Melhor do que ver animais eu quero mostrar para os meninos que os animais merecem estar livres e é por isso que não levo eles em zoológicos mas em experiências como essa. Eles estavam ansiosos para ver os pássaros e não reclamaram de andar na trila. Levamos 1h30 na ida (subida) e mesmo assim eles não ficaram bravos. Quando começamos a ouvir o barulho dos pássaros os passos começaram a ficar rápidos novamente e ai foi um encanto só.

Quando você chega no local há cordas para você não invadir o espaço deles, mas você chega muito perto. Há mesas de picnic e até um pequeno bar para comprar água e alguns snacks. E vale falar que tivemos a sorte de ver uma raposa nessa nossa caminha incrível na ilha. Fizemos a ida em 1h30 mas o retorno em 30 minutos. Não sei se por ser uma decida ou pelos meninos irem brincando e felizes, depois de verem os animais. O passeio é cansativo – 2 horas de barco e 2h caminhando – mas incrível.

Vale falar que o local onde o barco sai é provisório (segundo eles o local original está em reforma), mas L’Anse-à-Beaufils é imperdível por ter um restaurante com ótimos reviews (La Vieille Usine de l’Anse-à-Beaufils: não fomos mas deu vontade), a cervejaria mais famosa da região (Microbrasserie Pit Caribou) e uma loja/museu super antigo (Magasin Général Historique Authentique 1928).

Espero que tenham gostado das dicas. Nossos 3 dias na região de Percé foram incríveis e tivemos a sorte de pegarmos um clima ótimo e podermos curtir a região com céu azul, apesar de friozinho. Como tudo é perto tivemos tempo para descansar, ficar a toa na praia, deixar os meninos correndo livres no camping e brincando no parquinho e realmente apreciarmos as belezas da região. Eu acho que 3 dias é o mínimo que você deve ficar quando for ao local. Aguardem que logo logo mostrarei a parte sul e central da península de Gaspé e o que vimos e visitamos no nosso retorno para Toronto.

Roteiro de 15 dias visitando a região de Gaspésie (Parte 1)

Roteiro de 15 dias visitando a região de Gaspésie (Parte 2)

5 comentários em “Roteiro de 15 dias visitando a região de Gaspésie (Parte 3)”

  1. Gaby, que viagem!!! O lugar parece ser encantador!! Que fotos lindas!! Deve ter sido emocionante ver a raposa e o bando de pássaros tão perto e livres! Falando em pássaros, você sabe qual o nome da espécie? Fiquei curiosa 🙂
    Beijos, Thabata

  2. Oi Gaby! Adorei os posts da viagem, parece ser um lugar incrível!

    Você sabe me dizer se a região é pet friendly? Eu queria fazer essa viagem com meu cachorro, mas não encontro muitas informações ou experiencias de pessoas que levaram o pet.

    Pelo que eu entendi esse parque onde ficam os pássaros por exemplo não é permitido pets. Eu queria muito levar ele, mas não sei ate que ponto vale a pena.

    Muito obrigada 🙂

    1. MUITO pet-friendly. Cachorros em todos os lugares incluindo restaurante. Pensava no meu Jojoe o tempo inteiro.
      Algumas trilhas e lugares não (parques tem poucas trilhas que aceitam cachorros, por causa da quantidade de animais), mas as cidades sim.

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