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Roteiro de 15 dias visitando a região de Gaspésie (Parte 2)

Hoje irei continuar mostrando para vocês o nosso roteiro de 15 dias de viagem para a região da Gaspé Península ou Gaspésie, na província de Quebéc. Se você quer ler a primeira parte deste roteiro (que mostra o trajeto de Toronto até Rimouski) e entender mais sobre a viagem clique aqui e leia o primeiro post. Hoje eu vou escrever sobre 3 dias apenas, mas que foram muito cheios e especiais.

Dia 6: Rimouski até Sainte-Anne-des-Monts (180km, 2h)

Neste dia nosso trajeto foi todo na costa (rodovia 132) explorando as cidadezinhas da região até chegarmos em Sainte-Anne-des-Monts, onde nos hospedamos por duas noites. O dia estava bem frio e chuvoso, então os planos de explorar alguns lugares foram por água abaixo. Mas eu sinto que não fez assim tanta diferença porque eu não achei este trecho da viagem super interessante. Até fiquei – digamos – um pouco desanimada, pensando que o resto da região seria assim. E que bom que eu estava enganada: eu não tinha noção do que me aguardava. Segue abaixo uma lista dos lugares que visitamos – ou não – neste trecho, mas que eu acho interessante listar:

  • Centre D’Art Marcel Gagnon: um espaço de arte com restaurante bem interessante, mas que infelizmente não paramos porque o tempo estava terrível.
  • Vile de Mont-Joli: uma cidadezinha que na verdade não tem muita atração, mas tem um espaço para você parar, ir ao banheiro, comer (tem Tim Hortons, Poutinerie, Sorveteria) as crianças correrem e brincarem. Tem centro de informações de Gaspésie e até uma loja enorme de souvenirs da região, que infelizmente não fomos. Acho um lugar perfeito para uma parada para quem está fazendo este roteiro. Nós paramos tanto na ida quanto na volta, mas só trarei fotos quando falar da nossa volta, porque neste momento chovia bastante e nem bati fotos.
  • Matane: uma das maiores cidades da região. Paramos nela para carregar o carro e passeamos pelo parque da cidade. A cidade possui um farol lindo – na verdade antes de entrar nela – mas só apreciamos de carro mesmo (está na beira da estrada). A idéia era almoçar no restaurante Borealis ma devido a chuva pegamos um Tim Hortons e seguimos viagem.
  • Focas e mais focas: eu estava TODA feliz que tinha visto um monte de focas no Parc nacional du Bic mas para nossa surpresa – e felicidade – a região antes de chegar em Matane é REPLETA de focas. Tipo: centenas delas! Foi a diversão deste trajeto: os meninos só ficavam olhando para a água e as pedras e iam gritando “foca!” toda vez que avistavam uma. Depois de um tempo até pararam, porque eram muitas. A gente ia parando em algumas partes permitidas para apreciar e foi muito especial.
  • Cap-Chat: uma cidadezinha que eu estava louca para explorar, porque tem uma pedra e um farol lindíssimos. Mas, adivinhem? Muita chuva e frio. Mesmo assim dirigimos pela região e conhecemos um pouco. Ai bateu a fome e resolvemos ir no restaurante com melhore reviews para pedir nosso almoço: Valmont Plein Air. Pedimos fish and chips e comemos no carro e estava delicioso. E para fechar com chave de ouro o local possui uma sorveteria e todo mundo tomou sorvete típico da região de Quebéc… tudo delicioso!

Chegamos então no nosso destino do dia – Sainte-Anne-des-Monts – e fomos explorar um pouco a cidade. Ian dormiu no carro e eu e o Thomas resolvemos caminhar pelo calçadão enquanto papai ficava com o bebê. Eu não achei a cidade lá essas coisas e a principal atração da cidade é o Exploramer, uma espécie de centro de aprendizado com aquário que não visitamos por vários motivos, mas principalmente por ser um aquário em um lugar tão cheio de natureza onde certamente esses animais iriam querer estar livres. Mas passeamos pelos arredores já que nosso hotel ficava pertinho.

Nosso hotel – Auberge La Seigneurie des Monts – era muito legal e amamos a experiência por ser na verdade uma enorme casa histórica que foi perfeitamente adaptada para ser um hotel. O local possuía entradas separadas para cada quarto ou grupo de quartos e o espaço do nosso era incrível. Tínhamos duas camas e uma varanda coberta e fechada com uma mesa, onde fizemos nossos jantares. Foram dias mais frios e de chuva e aproveitamos para descansar e ficar juntinhos: comendo besteira e vendo TV. Uma pena que por causa da pandemia não teve café da manhã e também o café e o restaurante estavam com restrições. Mas mesmo assim adoramos o local e nos sentimos muito seguros. Fica a dica, apesar do preço ser bem salgado (CAD$400 por duas noites).

Dia 7: Parc national de la Gaspésie

O Parc National de la Gaspésie, localizado no coração da região (e 30 minutos de Sainte-Anne-des-Monts), possui uma rede de trilhas variadas e espetaculares. Definitivamente, existe uma trilha ou um passeio que se adapta às suas necessidades, como aconteceu com a gente (eles inclusive tem trilhas específicas para quem vai com crianças). Vale falar que o sistema de trilhas que atravessa o parque faz parte da Trilha Internacional dos Apalaches (IAT). Se vocês pesquisarem online vão ver que várias pessoas fazem trilhas de 2-3 dias pelo parque e as fotos são absurdamente lindas. Nós não estamos neste nível com criança, mas fica aqui a dica para quem curte.

A trilha que fizemos foi a Lac aux Américains, uma trilha de 2.6km ida e volta considerada fácil que te leva até um lago lindíssimo, que possui um glaciar. A trilha não é tão fácil assim e possui uma subida de 80 metros, mas notamos nesta viagem que as crianças curtiram MUITO caminhar na natureza e acho que esta será uma atividade que iremos fazer muito em família. Demoramos em torno de 50 minutos para chegar no lago e mais uns 30 minutos para voltar para o estacionamento. Para chegar no estacionamento da trilha você anda 7km estrada de chão e quase desistimos várias vezes, mas fico feliz que não, porque o passeio é lindo demais.

O parque contém mais de 25 picos que se elevam acima de 1.000 metros, vários dos quais são os picos mais altos de Quebec. Toda a estrada é maravilhosa e cheia de montanhas e muitas florestas: lindíssimo. Vimos que há vários campings, cottages e um hotel lindíssimo chamado Gîte du Mont-Albert, que morri de vontade de me hospedar e conhecer.

Depois de fazermos a trilha estávamos famintos e cansados, mas o tempo chuvoso não ajudou e resolvemos voltar para Sainte-Anne-des-Monts. Apesar de ter uma lista de restaurantes para comer na cidade (como a Microbrasserie Le Malbord e La Broue dans l’Toupet) resolvemos ir novamente para Cap-Chat para almoçar no Valmont Plein Air, agora DENTRO do restaurante. Sim, escreve em letras maiúsculas porque foi um ponto alto da viagem: depois de mais de 6 meses sem comer fora fomos em um restaurante. E decidimos isso porque quando fomos pegar comida no dia anterior notamos que as mesas estavam muito espaçadas e todos muito cuidadosos. Almoçamos e a experiência foi ótima: meninos comeram peixe grelhado com arroz e batata, eu pedi uma massa com frutos do mar e o Ju um sanduíche de lagosta. E depois as crianças ainda brincaram no parquinho do local, que fica entre as casinhas que eles tem para alugar e são lindas. Uma ótima opção para se hospedar na região.

Dia 8: Sainte-Anne-des-Monts até Percé (300km, 4h)

Esse foi um dia intenso e cheio de suspiros por causa dos lugares lindos que passamos. Foi um dia super longo e cansativo mesmo, que eu nem acredito que conseguimos fazer com duas crianças pequenas. Saímos bem cedinho de Sainte-Anne-des-Monts porque – adivinhem? – tinha previsão de muita chuva na região e também ventos de 70km por hora. E pegamos boa parte da chuva no trecho da estrada que, na minha opinião, foi uma das paisagens mais lindas de toda a viagem. A estrada saindo de Sainte-Anne-des-Monts até Forillon está na sua maior parte na beira do mar e ao seu lado estão montanhas enormes. Essa estrada nos lembrou MUITO Big Sur na Califórnia. Belíssima.

Nosso primeiro “suspiro” foi no farol vermelho que é avistado de repente na estrada chamado La Martre Lighthouse. Este farol é operado desde 1906 e fica em uma pequena colina, junto com uma igreja e um mirante para a região. Um lugar lindíssimo que infelizmente não pudemos explorar por causa do frio, vento e chuva.

A cada baía havia uma cidadezinha e uma bela paisagem, e foi assim que passamos por Rivière-à-Claude, Mont-Saint-Pierre, Mont-Louis, L’Anse-Pleureuse e Grande-Valleé. Nesta última nós paramos para carregar o carro e apreciar um pouco a linda região. Vale falar que perto do centro de informações da cidade (que é onde tem o carregador de carro elétrico) há banheiros e parque com mesa de picnic. Na verdade, uma coisa me chamou muito a atenção durante nossa passagem por estas cidades: todas elas possuem área para os viajantes pararem, mesas de picnic e parquinhos muito bons para as crianças. Se não fosse a chuva certamente teríamos feito mais paradas para os meninos curtirem estes espaços.

Dali continuamos mais a viagem para o maravilhoso Pointe-à-la-Renommée Lighthouse, um farol histórico simplesmente maravilhoso, que foi inicialmente construído 1880. Para chegar no farol você precisa pegar uma estrada de chão de 4km, que passa também na beira da montanha. Neste momento a chuva já tinha parado e não pensamos duas vezes e fomos. Tudo é bem sinalizado e este é um ponto turístico e histórico da região, então tudo estava muito organizado. Você pode visitar o local e fazer tours até a o topo onde está a lâmpada, mas achamos melhor somente explorar o lugar por fora. E as fotos abaixo mostram só um pouco da beleza do lugar: unir história e natureza faz o lugar perfeito.

Dali visitamos outro farol, o Cap-des-Rosiers Lighthouse, que fica agora já na ponta da península e pertinho do Forillon Park. Este farol foi construído em 1858 e faz parte de uma série de torres altas e estreitas erguidas no Golfo de rio São Lourenço pelo Departamento de Obras Públicas do Canadá na época (pausa aqui para dizer que eu li muito sobre as histórias dos faróis do Canadá antes da viagem e fiquei maravilhada!). A estrutura de 35 metros de altura é o farol mais alto do Canadá. O local é cercado mas você pode facilmente ver tudo de fora da baixa cerca. Nós resolvemos pagar para entrar e ajudar a conservação deste lugar incrível. E, éramos os únicos lá dentro. Foi bom porque o céu azul surgiu e os meninos correram soltos em um lugar todo cercado e cheio de história. E a vista da região do parque Forillon é de tirar o fôlego. Ah, eles tem banheiros também.

Depois do farol fomos para o Forillon National Park, este parque nacional (nacional mesmo, do Canadá) belíssimo e talvez um dos mais belos que já visitei aqui no Canadá. O local possui suas partes – uma Norte e uma Sul – e visitamos todas (clique aqui para ver todos os mapas do local). Pausa aqui para dizer que se você visitar o parque com criança eles possuem atividades e jogos online interessantes, para estimular o interesse dos pequenos no local (clique aqui). Inicialmente fomos explorar a parte norte e fomos direto para a principal atração do parque: Cap-Bon-Ami. Nessa parte você desce até a praia e aprecia o relevo diferente do parque. Lindíssimo. Muitas pessoas fazem uma trilha para ver a região do alto (4.5 km ida e volta até a torre de observação) mas obviamente não fizemos com os pequenos. Confesso que deu MUITA vontade.

Depois fomos explorar a parte sul do parque, que pode ser feita com o mesmo passe do dia. Passamos de carro por toda a região (Grande Grave, L’Anse Blanchette e L’Anse-Aux-Améridians. Notamos que a maioria dos lugares eram para fazer trilhas e fizemos o trajeto de carro apenas, sem grandes paradas. Mas vale a pena fazer ambos os lagos, que são lindos.

Saindo dali – e já no final do dia – fomos na direção de Percé, que é o lugar mais famoso da região e onde ficamos hospedados 3 noites. Estava ansiosa para chegar lá e ver a tão famosa pedra. O caminho Forillon > Percé é de 100km e demora 1h15. Nós fizemos ele sem parada e eu senti bastante, porque queria ter explorado mais os lugares que passamos, incluindo a cidade de Gaspé, Haldimand Beach, Barachois (Coin-du-Banc) e Chute De La Riviere Portage. Lugares lindos que eu tinha colocado no roteiro mas não conseguimos explorar. Até pensei em voltamos novamente, mas depois que cheguei em Percé eu não queria mais sair de lá.

E é exatamente sobre este local lindo e esta parte da viagem que eu irei falar no próximo post, incluindo o local incrível que nos hospedamos e que eu me senti em um filme. E, novamente, se vocês quiserem ler a Parte 1 deste roteiro é só clicar no link abaixo:

Roteiro de 15 dias visitando a região de Gaspésie (Parte 1)

3 comentários em “Roteiro de 15 dias visitando a região de Gaspésie (Parte 2)”

  1. Oi Gabi!
    To fazendo meu roteiro pra Gaspe Peninsula e vim aqui no seu blog pegar mais dicas pra complementar nossa viagem, hihi. Podem passar alguns anos, mas a informação em conteudo postado em blog sempre é valiosa!

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