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Diferenças culturais entre Brasil e Canadá quando o assunto é gravidez e maternidade

Outro dia estava conversando sobre gravidez e maternidade com colegas Canadenses no meu trabalho e comecei a contar como fazemos no Brasil e elas ficaram curiosas e um pouco assustadas com algumas coisas. E pensando nisso eu resolvi escrever este post com 10 diferenças que eu notei que existem entre estar grávida no Brasil e no Canadá e um pouco sobre ser mãe nestes dois países. No assunto “ser mãe” há muito mais diferenças, mas optei por falar por algumas bem simples para este post não ser polêmico. Como parte do projeto Mães no Canadá certamente iremos tratar de mais diferenças e falar um pouco mais sobre criação e cultura entre estes dois países.

1. Furo na orelha das meninas

Eu só tenho filho menino, mas já sei do drama das amigas que tem menina aqui no Canadá e queriam que a orelha da filha fosse furada no hospital. Isso não acontece. E uma coisa interessante é que em muitas creches brincos não são permitidos – na do Thomas não era na sala de infant. Eu não acho um problemão porque usar brinco é um mero detalhe, mas é uma diferença super cultural e que mostra bem a maneira com que as mamães Canadenses e Brasileiras lidam com o assunto “embelezar suas filhas”.

2. Banho do bebê na pia da cozinha

Uma tradição super estranha (na minha opinião) que as mamães norte americanas de uma maneira geral tem é de dar banho nos seus filhos recém nascidos na banheira da cozinha. Quando eu fui comprar a banheira do Thomas eu sofri para achar uma com pé, já que a maioria (ou seria 80% das que achava) eram para pia da cozinha. Tá certo que em muitas casas é a pia da cozinha que tem água quente e a postura da mãe fica melhor, mas vamos combinar que não é nada higiênico. Clique aqui e veja algumas banheiras disponíveis na amazon.

3. Parto normal é o normal

Eu sei que isso está mudando no Brasil, mas as mulheres da minha geração foram criadas com a idéia de que cesárea é normal (ou a única opção), o que é bem diferente daqui. Na minha conversa com colegas de trabalho uma delas é mãe de gêmeos e ela comentou que rezava todos os dias para não ter que passar por uma cirurgia (i.e. cesárea) e que conseguiu parir natural seus dois filhos. E várias mulheres se sensibilizaram quando eu disse que tive o Thomas de cesária. Aqui cesária é cirurgia de risco, é preocupante, é o último dos últimos casos. Quando eu contei no Brasil que mulheres optam para ter cesárea e que é a maneira mais comum dos bebês virem ao mundo no Brasil elas se apavoraram. E eu lembro também que a média queria fazer de tudo para eu não fazer cesárea – inclusive ofereceu retirar o Thomas com fórceps no centro cirúrgico – e fui eu que disse que queria cesárea, o que chocou um pouco. Eu ainda quero falar mais sobre este assunto para vocês.

4. Chá de bebê não é feito pela grávida

Isso é uma coisa bem legal: quem faz o chá de bebê não é a grávida e sim alguma amiga (na maioria dos casos) ou membro da família. Isso porque é muito chato fazer uma festa para pedir presente – então seria esta amiga que estaria pedindo. E ainda a grávida tem que descansar e relaxar mesmo e organizar uma festa não é nada tranquilo. Fui eu que organizei meu chá de bebê e eu lembro que todos perguntavam quem estava organizando e não entendiam quando eu dizia que era eu. E geralmente a festinha é bem simples e ocorre na casa da pessoa que está oferecendo – raramente na casa da mãe. Quer ver como foi o meu chá de bebê do Thomas? Clique aqui.

5. Ultrassom é raridade durante a gestação

Isso mesmo. Eu já falei um pouco sobre isso neste post aqui. Minha gravidez foi acompanhada por médicos de alto-risco e por isso eu tive mais ultrassons que as pessoas normalmente tem por aqui; mas, mesmo assim, foram bem menos do que no Brasil. Em geral aqui é feito 1-3 ultrassons, e nenhum deles é 3D. Há clínicas que você pode pagar para fazer 3D e geralmente as pessoas que querem confirmar o sexo fazem este exame (porque às vezes durante o ultrassom de rotina eles não falam, porque não é prioridade).

6. Nada de visitas na maternidade, lembrancinhas ou enfeites de porta

Essa é outra diferença enorme. Não se pode levar enfeites para as portas, ninguém visita mães e recém-nascidos no hospital (salvo pessoas bem próximas) e lembrancinhas não são uma cultura daqui. Eu sei que no Brasil as mães fazem uma super produção para os quartos de maternidade e eu não imagino você ter passado por um parto e ter que receber várias pessoas para ver o seu filho e você, depois de tanto esforço. Isso sem contar que estes primeiros momentos são tão nossos (da mãe e do filho) e visitas não combinam com o momento. A cultura do Canadá é certamente a minha favorita. E vale falar que é comum por aqui os pais mandarem por correio um cartão com fotos e anunciando o nome completo, que geralmente é composto – com nome e segundo nome.

7. Mala de maternidade enorme não é necessária

Isso mesmo, nada de look para o primeiro, segundo, terceiro dia do bebê ou pijamas e robes de seda para a mãe. O Thomas ficou de fralda os 5 primeiros dias de vida – que foram os dias que ficamos na maternidade – e eu fiquei com a roupa da maternidade. Thomas ficava enrolado em uma manta dada pela maternidade e eu só de calcinha e aquela roupa de maternidade, aberta atrás. Isso porque todas as vezes que íamos amamentar ou eu ia pegar o meu filho eu e ele ficávamos pelados mesmo, pele com pele. Nada de roupas, lacinhos, luvinhas para as mãos, meias… nada disso. E foi tão bom que eu sei que quando tiver um outro filho minha mala terá 1 muda de roupa para ele e uma para mim e algumas calcinhas para mim. Só. A maternidade inclusive fornece fraldas, lenços, pomada.

8. Não querer saber o sexo

Uma outra diferença cultural entre Brasil e Canadá é que por aqui os casais geralmente não querem saber o sexo. E eles acham engraçado a gente querer saber porque para eles saber o sexo do filho faz parte do nascimento. Eu acho que o assunto é super pessoal: eu sempre quis saber o sexo do meu filho porque diante de tudo que eu passei eu achava que saber se era um menino ou menina iria tornar aquela experiência mais real e verdadeira. Decidimos o nome dele no mesmo dia que soubemos o sexo e já imaginávamos como seria a carinha do nosso guri. Acho que é por isso que eu escolhi saber o sexo e escolheria novamente em uma outra gravidez.

9. Não contar qual será o nome do bebê, mesmo quando sabem o sexo

Esta é outra diferença: os Canadenses não contam o nome. Claro que não podemos generalizar mas quando você pergunta para um Canadense se eles sabem o nome do bebê eles dizem que sim e param a história ai. Eles não contam nem mesmo para a família.

10. Usar coisas usadas e emprestadas

Lembro que quando estava grávida do Thomas as minhas vizinhas começaram a me mandar roupinhas dos filhos e até pessoas que eu encontrava e dava oi na rua também diziam que tinham várias coisas para me dar. No Brasil nós somos acostumados a comprar tudo e há um super consumismo quando o assunto é gravidez e maternidade. Aqui é bem diferente: tudo é emprestado e isso é maravilhoso. E o pessoal oferece mesmo, sem ser muito próximo de você.

Extra: A dieta anti-suco dos bebês

Lembro que quando o Thomas estava na fase de introdução alimentar todo mundo do Brasil me questionava se ele já estava tomando “suquinho de laranja lima”. E a resposta era sempre não. Aqui os médicos condenam o suco para crianças pequenas e consideram tão ruim quanto o doce. A dica é leite materno até os 6 meses – nada de água – e depois aos poucos ir introduzindo água. Mas, se o seu filho mamar no peito, pode ficar só com o leite que está bom. O único líquido que Thomas bebeu até os 10 meses foi leite. Depois começamos com água e suco ele foi começar a tomar agora, com 2 anos de idade.

E ai, gostaram das diferenças que eu apontei? Vocês concordam com todas? Apontariam outras? Vou adorar ler os comentários de vocês e também saber a opinião de vocês com o que relatei sobre o Brasil – se algo mudou ou não. E por fim eu quero deixar registrado que esta foto LINDA minha com o Thomas na barriga foi batida pertinho de Toronto, na fazenda de girassóis Bogle Seeds que fica aberta algumas semanas do verão e somente alguns anos (leia mais aqui).

34 comentários em “Diferenças culturais entre Brasil e Canadá quando o assunto é gravidez e maternidade”

  1. Adoro conhecer as diferenças culturais entre países. Quando a gente começa a ver que coisas consideradas certas em uma cultura é completamente ignorada ou contrariada em outra, é fantástico; abre a mente. Sou professora e acredito que muitas dificuldades que temos aqui, não apenas no ambiente escolar, deve-se à forma como as crianças são criadas, portanto, espero ansiosamente outro post sobre o tema. Obrigada por compartilhar sua experiência.

  2. Gaby!!! Adorei seu post, como sempre! Confesso que uma das coisas que mais me bloqueia quando penso em ir para o Canadá é a questão da saúde pública daí. Ainda não sou mãe e ouvi muitos casos de abortos espontâneos no Canadá. Inclusive uma amiga está com 5 meses de gestação agora, mas perdeu 2 bebês antes e, mesmo passando mal de dor, ficou esperando entre 7h e 8h pelo atendimento em um hospital em Ontario. Nesse atendimento, perceberam que ela estava abortando. Acho muito sofrimento desnecessário. Acredito que o pré-natal não deva ser muito cuidadoso, não sei. Tenho medo de ter uma gravidez ectópica por aí, pois pode levar a óbito caso demorem muito a perceber. No mais, acho tudo incrível. O senso de coletividade, de solidariedade, a vida mais simples, enfim, tudo me encanta. Meu maior receio é a saúde do Canadá. Você saberia dizer se eles dão prioridade aos idosos nos atendimentos médicos? Soube de uma senhora de 55 anos, com problemas cardíacos, que levou 6 meses para ter seu cardiologista marcado (especialista). É normal isso ou eles oferecem uma atenção especial aos idosos? Muitooo obrigada!!! Sucesso, sempre!

    1. Ola Carolina. Eu também tenho receio com a saúde aqui, mas também tenho receio com a saúde ai no Brasil. Eu já fiz várias cirurgias aqui no Canadá e já tive 2 abortos e também 1 filho. É uma questão sensível de falar – e é por isso que eu ainda não escrevi sobre o assunto aqui no blog – mas no final o salto é mais positivo do que negativo. A atenção é universal, e se vc estiver precisando eles irão te atender seja vc idoso, adulto ou criança. Isso eu já passei e já fui atendida em 5 minutos quando eu realmente precisava e já demorou 5 horas quando meu marido quebrou a clavícula. Difícil dizer…

  3. Oii Gaby, tudo bem?
    Me chamo Mariana, sou Recife – PE e estou morando aqui em Toronto a pouco mais de um ano. Estou grávida do meu primeiro filho. E eu senti muito a diferença das coisas daqui comparadas às do Brasil. O q mais estranhei foram as quantidades de ultras q fazemos e como as pessoas algumas vezes n fazem questão de serem simpáticas com vc e muitas vezes não dão nem um pio, o q me conforta é q estou indo numa clínica de midwifes e elas são maravilhosas, nos tratam como se fôssemos filhas delas. No mais ainda estou descobrindo as diferenças e curiosidades q existem por aqui.

    1. É mesmo Mariana. Eu já fiz US e nem pude olhar para o monitor. Mas eu não acho errado porque o objetivo é fazer um exame preciso e às vezes muita festa e muitas pessoas podem distrair a pessoa fazendo o exame. E sobre a pessoa não ser simpática aqui acontece muito, em vários lugares. Eu já aprendi a respeitar como as pessoas são e entender que nem todas tem a nossa personalidade brasileira de ser simpática e nem todas estão passando por um bom dia. Não é fácil mas a gente tem que entender e respeitar ne?

    1. É mesmo! Quando o Thomas nasceu colocaram ele no colo do meu marido por 1 hora enquanto terminavam a minha cesária…. e meu marido ficou ali segurando o bebê e super tenso…. hehehehe! Sempre perto da mãe, pai ou família. Muito bom!

  4. Só li verdades! Hehehe Alice nasceu em Toronto e passei pelo dilema do furo na orelha. Cada vez que perguntávamos para algum médico e midwife como funcionava aqui no Canadá, a resposta foi unânime.. quando ela for maior pode escolher furar a orelha em uma farmácia ou loja de piercing. Até lá, ninguém fura orelha de bebês! Ainda bem que eu já tava super desencanada sobre isso. Beijo

  5. Olá Gaby! Adorei seu post!
    Tenho uma dúvida, em relação ao parto normal Você saberia dizer como é o procedimento? Tem a opção de parto humanizado?
    Obrigada! E sucesso a você! 🙂

  6. Parabéns pela matéria Gabi, excelente!!! Tive meu primeiro filho no Brasil, de cesárea mesmo querendo fazer o parto normal, hj estou aqui fazendo pré natal com midwives, muito mais tranquilo (às vezes até demais)…. mas confesso que estou gostando no geral pois tenho certeza que aqui a probabilidade de ter meu parto normal é maior. Minha obstetra do Brasil até confessou acreditar que no Brasil há um certo exagero nos exames e cuidados….. e ate agora não conseguiu explicar a razão de ter sido realizada cesárea.
    Um ponto que penso ser muito diferente é a vacinação, no BR o recém nascido já recebe a primeira vacina na própria maternidade, aqui só com 2 meses!!! Fico preocupada pois aqui as mães não ficam só em casa até os 3 meses como recomendado pelo pediatra no Brasil, onde são raras as saídas com o recém nascido….. além disso meu primeiro filho de 2 anos terá contato com outras crianças e voltará para casa e terá contato com minha baby…. kkkkk claro que sei que muitas doenças aqui são erradicadas mas cuidar de um simples resfriado em um recém nascido dá muita dózinha…..rs acho que essa é minha maior preocupação….

    1. Obrigada pelo seu comentário Fernanda e por dar a sua opinião e sua vivência sobre o assunto. Realmente a vacinação é bem diferente e eu tenho um post sobre o assunto. Devo dizer que minhas amigas Canadenses saem com as crianças recém-nascidas neste frio (e sem vacina) e as crianças estão ótimas. Acho que criam imunidade, sei lá. Acho que no fim eu nem sei o que é melhor… mas a sua preocupação é super relevante. Nunca tinha pensado sobre isso, até pq só tenho o Thomas. Acho que temos que pedir para a criança maior lavar as mãos e torcer pelo melhor. Beijos

    2. Fernanda, no Brasil as vacinas dadas na maternidade sao para Hepatite B e a BCG, que protege contra formas graves da tuberculose. Nenhuma dessas protege contra virus ou bacterias mais associados com doenças infantis. Só a partir dos 2 meses mesmo que essas vacinas começam. Logo mesmo se seu filho fosse vacinado na maternidade ele nao estaria imune aos resfriados ou outras doenças comuns da infancia.

  7. O parto aí é o normal igual o daqui ou também tem o natural sem anestesia e em banheira? Uma dúvida real porque eu só quero ter filho daqui uns 8 anos, mas queria ter natural no tempo do bebê.

  8. Tenho uma amiga canadense que sabe que o bb é menina e não quer falar o nome. Perguntei o pq e ela disse que é para a família ou amigos não ficarem dando palpites. Só ela e o marido sabem. Achei interessante.

  9. Um outro ponto interessante a mencionar é a não super proteção dos filhos. Eu noto que é comum as brasileiras colocarem o recem nascido numa bolha enquanto as canadenses expoeem o bebe para o mundo nos primeiros dias de vida. E eu apoio isso. Com 6 dias de vida já fui com meu filho pra um café. Conheço quem foi acampar com o bebe de 8 dias. Tem de tudo e eu admiro positivamente isso. Mas eu entendo que no Brasil as pessoas não se preocupam tanto com higiene (por exemplo tossem na mão) e o clima úmido ajuda a proliferar porcarias. Além disso criar filho perto de mãe e avós ai no BR colabora pra essa cultura do super protecionismo.

  10. Amei seu post, Gaby! E linda foto! Eu não sabia dessa do banho na pia, achava que era só prop para fotografia! ? Mas muitas dessas diferenças culturais agora estão mudando no Brasil. Quando comecei a pensar em engravidar, há 3-4 anos atrás, pesquisei muito, conversei muito com amigas lá no Brasil, e vi que as mulheres estão se informando mais, buscando parto normal, humanizado… essa coisa de furar orelha de menina já na maternidade (e no caso dos meninos, a circuncisão sem indicação médica) também vem sendo mais questionada. O lance do suco para bebês também, né? Muitas mães estão mais alertas para a quantidade de açúcar que as crianças consomem. No meu caso, meus pais insistiam muito para eu dar água a minha filha, porque lá no Brasil é bem comum, né? Água, cházinho para cólica… A minha pequena tem a idade do seu Thomas, nasceu em novembro, e por coincidência, semana passada escrevi um pouquinho sobre a minha experiência aqui, mais relacionado ao meu pre-natal, que foi com uma midwife. Se você quiser dar uma espiadinha: https://brasileiraemtoronto.com/2018/01/17/gravidez-em-toronto/

  11. Oi Gaby! Ainda não tenho filhos, mas agora que estou no Canadá, pretendo ter 🙂
    Achei muito interessantes as diferenças e acho que me identifico muito mais com o jeito prático dos canadenses. Uma dúvida que eu tenho é se existe aqui o exame de sexagem fetal, que no Brasil tá bem popular e as pessoas não esperam nem a US pra descobrir o sexo….
    E sobre o chá de bebê, acho que é comum no Brasil também ser organizado por uma amiga/madrinha, porque já organizei alguns e fui convidada também e nunca fui em um organizado pela própria mãe… não sei se varia de cidade pra cidade.
    Beijos!

    1. Ola Lais, nunca ouvi falar do exame aqui. A prioridade não é o sexo mas a saúde do bebe… e o sexo só vem mesmo com 16-20 semanas no terceiro ultrassom.
      Sobre os chás, que legal que já são organizados no Brasil por outras pessoas. Na minha cidade não há esta tradição. Beijos e conta ai se está curtindo Toronto 🙂

  12. Oi Gaby, adorei o post! Inclusive estou adorando todo o seu blog, vou passar 40 dias em Toronto em abril e maio e tb estou pensando em imigrar ano que vem, então está sendo de grande ajuda.

    Sobre a gravidez eu tenho um filho de 1 ano e meio e achei toda a experiência muito estressante! São muitas consultas, exames e ultrassons na gravidez, e muitas consultas e vacinas após o nascimento. Somos bombardeadas com mil coisas que “temos” que comprar. Na gravidez em alguns momentos me sentia em um zoológico pq todo mundo queria ver minha barriga e mostrar pra todos os seus conhecidos. Amamentei exclusivamente até os 6 meses, mas não faltaram palpites pra dar chazinho ou água pra ele antes. E outra coisa que me incomoda muito é a necessidade que todo mundo tem de interagir com o bebe alheio, sempre que saio muitas pessoas que eu não conheço fazem graça, encostam, pegam na mão do meu bebe, no elevador, no mercado, na rua, padaria. Tinha dia que tinha sido estressante com bebe nervoso e eu saia pra dar uma distraída e tinha que ser agradável com pessoas desconhecidas.

    Falta privacidade aqui. Quanto mais eu leio sobre a cultura canadense mais eu me identifico.

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