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A importância do brinquedo na infância: como escolher o brinquedo certo?

Olá! Nós do Português Lúdico estamos aqui escrevendo mais uma vez para você, leitor do blog da Gaby no Canadá, com muito carinho! Vamos começar esse texto propondo uma simples dinâmica: feche os olhos e tente se conectar com a sua criança. Qual é a primeira memória que ela traz? É um cheiro? Uma sensação? Um objeto? 

A verdade é que poucas coisas nos lembramos da nossa infância, não é mesmo? Queremos que ao ler este texto você reflita sobre quais brincadeiras e brinquedos marcaram suas memórias. O que vem ao seu pensamento? 

Hoje nós vamos falar sobre a importância do brincar na infância e o papel do brinquedo. Além disso, traremos algumas reflexões que vão auxiliar você a fazer a escolha do brinquedo certo para presentear uma criança. Vamos também trazer ideias de brinquedos famosos que podem ser encontrados mundo afora e adaptados para a brincadeira em Língua Portuguesa, claro!

Toda criança gosta muito de brincar e muitas vezes nós, adultos, subestimamos este ato tão próprio delas. Você já observou os filhotes de animais? Eles também brincam. Diversos pesquisadores do desenvolvimento infantil dedicaram-se a entender esta particularidade nas crianças e a importância social disto.

Brincar proporciona o desenvolvimento psicológico, social e cultural na infância. Sendo assim, o brinquedo é um instrumento mediador que possui um significado próprio quando uma criança se propõe a utilizá-lo. É através do brincar e do brinquedo que a criança desenvolve de forma lúdica a sua interação com o mundo externo. O brinquedo e o brincar  são formas que a criança tem de se relacionar com o que  lhe é novo e curioso, suprindo assim necessidades e desejos que não são realizáveis em seu mundo imediato, no seu dia a dia. A criança envolve-se em um universo lúdico e imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizados, como dirigir um carro, por exemplo. Apesar da brincadeira exercer grande importância desde o início da humanidade, sabemos que a forma de brincar vem se transformando ao longo dos anos. É para isto que queremos chamar um pouco a sua atenção, refletindo sobre que tipos de brinquedos devemos realmente presentear nossas crianças e por quê.

Assim como os objetos de forma geral, os brinquedos refletem o modo de vida e a época em que foram produzidos. Antigamente, a maioria dos brinquedos eram feitos em casa com pano, madeira, espiga de milho, entre outros materiais. Com o passar do tempo e o surgimento da indústria eles foram chegando para a criança de forma cada vez mais pronta e em maior quantidade. Após a revolução industrial, nós, adultos, transferimos a lógica das nossas relações capitalistas para o brinquedo. Inovamos na fabricação e passamos a usar materiais diferentes preocupados em produzi-los em massa e vendê-los. Com isso, a diversão passou a ser comprá-los e possuí-los em nosso quarto dos sonhos e não mais o brincar em si. 

Apesar dos brinquedos modernos e elaborados chamarem a atenção da criançada de imediato, você já deve ter percebido que muitas vezes são os primeiros a ficarem de lado. Já parou para se perguntar por que isso acontece? Ao receber um brinquedo super elaborado e com diversas funções a criança costuma ficar feliz, mas estes brinquedos dificilmente as engajam por um longo tempo. Já deu um presente para a criança e ela passou mais tempo brincando com a caixa ou o embrulho? Isso acontece pois a criança tem em si um potencial criativo e imaginativo. Por mais atraentes e coloridos que pareçam, os brinquedos que já chegam prontos para a criança acabam oferecendo poucas oportunidades de engajamento e criação.

É claro que tudo isso também varia de criança para criança e de brinquedo para brinquedo, considerando diferentes faixas etárias. Neste post, queremos sugerir alguns pontos para serem refletidos ao comprar um brinquedo para uma criança. Além disso, também vamos sugerir alguns brinquedos clássicos que oferecem bastante espaço para a criatividade, desenvolvimento de habilidades variadas e da Língua Portuguesa, claro! 

Vamos lá? Vamos começar 5 reflexões que você pode fazer ao escolher um brinquedo para presentear uma criança. 

1. Brinquedos diferentes estimulam habilidades diferentes

Que habilidade este brinquedo estimula? A criatividade artística? A fantasia? A coordenação motora?  A concentração? A capacidade de respeitar regras? O raciocínio lógico? Olhar para o brinquedo desta forma poderá esclarecer um pouco a sua dúvida ao ter que decidir entre um tipo de brinquedo ou outro. Foque na variedade de estímulos e não na quantidade de brinquedos do mesmo tipo.

2. Elimine os preconceitos de gêneros

Mulheres dirigem e homens cuidam dos filhos. Mulheres trabalham e homens cozinham. Não há razão nenhuma para distinguir um brinquedo de menino ou menina por qualquer rótulo ou preconceito. É passado o tempo de revermos estes conceitos e uma forma de quebrar esta ótica é permitir que a criança brinque com o que lhe agrade, sem distinção de gênero. 

3. Observe a criança

Seu filho gosta de quê? Pintar? Brincar de faz de conta? Correr? Desafiar? Se você ainda compra brinquedos que seu filho deixa de lado, considere passar mais tempo com a criança e observar o seu jeito de brincar. Uma sugestão ainda melhor e mais desafiadora é brincar com seus filhos. Mais do que observar, entre naquele universo para perceber o que realmente envolve e cativa a criança e como ela brinca. Muitas vezes ela mostrará que ao brincar de boneca o que a criança gosta mesmo é de fazer de conta. Neste caso, a boneca em si não é tão importante e poderia até ser substituída e criada pela própria criança. 

4. Veja a faixa etária indicativa

Esta sugestão pode parecer meio óbvia, mas muitas pessoas não observam a classificação indicativa dos brinquedos ao comprar. É comum fazermos escolhas erradas por não observarmos este detalhe. Eu adorava o Jogo da Vida quando criança e quase comprei um para minha filha com apenas 3-4 anos. Na minha memória aquele jogo faria sentido pra ela, mas olhando a classificação indicativa e “como jogar” logo percebi que ainda não era a hora. Um brinquedo que gera frustração desnecessária não é legal. Um brinquedo não gera estímulo suficiente tampouco. 

Ah, mas a criança não deve aprender a lidar com as frustrações? Sim! As frustrações comuns do dia a dia precisam existir, fazem parte! No entanto, colocar atividades que a criança claramente não consegue ainda realizar é não apenas frustrante, mas desmotivador. A faixa etária indicativa não precisa ser rígida, é claro. Se você conhece bem a criança saberá que tipos de brinquedos poderá arriscar sem medo ou até mesmo como adaptar determinado jogo para determinada idade.  De qualquer maneira, as faixas etárias indicativas são um bom norteador para a compra de um brinquedo. 

5. Menos é mais!

A criança quando exposta a um ambiente com muitos brinquedos se sente perdida e tem dificuldade de escolher e focar numa determinada brincadeira. O rodízio de brinquedos já é uma prática utilizada na maioria das escolas e é uma dica para você também! Dê a criança alguns brinquedos por vez. Ao rever brinquedos antigos a criança se surpreenderá e se envolverá mais. No nosso programa sempre fazemos isso e com nossos filhos também. Podemos garantir que funciona! 

E agora que já demos dicas de alguns pontos importantes para serem refletidos ao comprar um brinquedo, queremos acrescentar mais uma dica super importante se você é um pai ou uma mãe criando um brasileirinho mundo afora. 

Muitos brinquedos criados e vendidos fora do Brasil podem ser adaptados e jogados em línguas diversas, incluindo o Português. 

Sim, foi basicamente assim que construímos todo o acervo de brinquedos do Português Lúdico. Abaixo, vamos listar alguns dos nossos favoritos: 

  • Tell a Tale – Existem diversas versões deste jogo de contar histórias. É um jogo muito divertido. As poucas palavras e verbos que vêm em algumas versões podem ser facilmente adaptadas e estimular a criação oral ou escrita de muitas histórias. 
  • Bananagrams – Na versão “My first Bananagrams” ou a versão tradicional, é uma verdadeira sopa de letrinhas que estimula a concentração e a formação de palavras. 
  • I Spy – Um clássico norte-americano oferecido em diversos formatos: cartões, jogo de tabuleiro, livros, caça objetos, etc. É um jogo super interessante que estimula a concentração e pode ser um super aliado na ampliação do vocabulário do seu pequeno. 
  • Guess Who (Cara a Cara)  –  As crianças adoram e é uma excelente ferramenta para desenvolver o vocabulário e trabalhar características físicas. 
  • UNO – Nada melhor do que desenvolver o raciocínio lógico em uma tarde com família e pipoca!
  • Twist – Outro clássico que, além de trabalhar as cores, auxilia na coordenação motora ampla e ajuda a desenvolver a lateralidade (esquerda e direita). 
  • Magformers (Formas Magnéticas) – Com este brinquedo podemos despertar o interesse pela construção e paralelamente exercitamos a criação e fixamos as formas geométricas. 
  • Genius – Encantando gerações, Genius é excelente para concentração e trabalha a memória com musicalidade.

Enfim, trouxemos aqui alguns poucos exemplos dentro de um universo infinito. Esses e muitos outros podem ser jogados em Língua Portuguesa, promovendo um momento de diversão e afetividade no idioma, o que já sabemos que é essencial para estimular o apreço pelo nosso idioma. 

É isso! Se tiverem alguma dúvida e quiserem estender este papo estamos sempre disponíveis nas nossas redes sociais, sigam o Português Lúdico lá no Instagram e Facebook! 

Este post é patrocinado.

Por Juliana Braz & Camilla França do Português Lúdico. A foto deste post é do Canva Pro, que eu estou utilizando para fazer várias artes aqui no blog e nas redes sociais e amando muito.

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