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Costumes de mãe que adquiri no Canadá e não largo mais

Hoje é dia 20, dia do projeto Mães no Canadá. Se você segue o blog a algum tempo já deve conhecer este projeto: mães brasileiras espalhadas por todo o Canadá contam as suas experiências, medos e inseguranças com a maternidade todo mês. E a maneira que fazemos isso é estipulando um tema, que é seguido por todas e postado em diversas redes sociais – blogs, canais do Youtube, contas de instagram, facebook – todo dia 20 do mês. Eu quase sempre faço vídeos, mas volta e meia eu sinto a necessidade de escrever um texto sobre o assunto e ai ao invés de vídeo vocês terão um texto sobre o assunto. E é o que aconteceu este mês.

O motivo principal de eu ter feito um texto é que eu tive que pensar bastante – MUITO – para falar sobre este tema. Achei bem complicado pois não fui mãe no Brasil e não sei como seria minha dinâmica materna com os costumes de lá. Ou seja, todos os costumes de mãe que adquiri foram no Canadá – porque eu sou mãe aqui somente – então fica dificílimo comparar e mostrar diferenças. Mas, enfim, vou tentar escrever alguma coisa e vou adorar saber de vocês se o que eu escrevi acontece ou não no Brasil, ou está de acordo com o que vocês passam aqui no Canadá.

Não se desesperar quando o filho está doente.

O primeiro ponto é um costume que eu aprendi e que sei que muitas mães brasileiras não seguem no Brasil, porque tem o contato do médico e podem ligar e mandar mensagem sempre. Aqui isso não existe – como contei para vocês aqui. Quando um dos meninos fica doente eu sempre tento colocar na balança e decidir o que fazer com a cabeça tranquila. Isso porque nem sempre irei conseguir consulta com a médica deles e nem sempre vale a pena levar para um consultório ou emergência. Devido a maneira que o sistema de saúde daqui funciona – mais impessoal e sem “amizade” entre médico e paciente – eu aprendi a não me desesperar quando os meninos estão doentes e sempre esperar um pouco para tomar uma decisão.

Servir vegetais crus para o lanche.

Não lembro de ver crianças brasileiras comendo vegetais crus de lanche. Lá no Brasil o costume é comer pão, bolo, bolacha e frutas. Aqui há o costume de servir vegetais e dippings e eu acabei adquirindo este costume porque meu filho mais velho come isso na creche e AMA. Então, sempre que eu quero que ele coma vegetais e não sei o que fazer de lanche, eu pego um pote de hummus e coloco cenoura, brócolis, couve flor e pepino crus. Thomas adora e come tudinho.

Sair de casa quando está frio.

Este costume eu “parcialmente” adotei. Isso porque quando está muito frio – ou melhor, congelante – eu não saio de casa não. Mas pausa aqui para dizer que se você for na rua verá muitas mães canadenses com crianças pequenas na rua, com temperaturas negativas e até avisos de frio extremo. Elas vão, não tem medo, faz parte da cultura delas. Mas eu não me arrisco. Não vou na rua quando está muito frio. Minha regra é: não saio com o bebê quando o termômetro marca temperaturas negativas de dois dígitos. Com um dígito negativo eu saio de carro. Agora, se está 1, 2, 3 graus ou mais, eu vou sem medo. Agasalho o bebê e saio. Ah, e tudo que estou falando aqui é em relação ao Ian, porque com o Thomas eu não me preocupo não, já que ele já está maior. Acho que este costume – de sair de casa com frio – é inevitável para qualquer mãe que vem morar aqui no Canadá.

Compartilhar seus medos com outras mães.

Um costume que existe aqui no Canadá é de mães se reunirem em grupos para compartilhar seus medos, angústias, alegrias e sucessos. Pode ser grupo de mães amigas, grupo de mães da região que você mora ou até grupo de mães que você nunca viu, mas que se reunem em um espaço em comum. Há tantos grupos de mães que você certamente ficará perdida em qual participar. Com o Thomas bebê eu tinha vários grupos que participava: de amamentação, de alimentação, de amigas que tiveram filhos na mesma época que eu. Eu amava e me fazia muito bem. Já com o Ian eu não tive tanto apoio e sinto que isso fez sim muita diferença na maneira que a maternidade foi nesses primeiros meses com o Ian: muita mais difícil e trabalhosa. Mas mesmo assim eu achei apoio com mães na internet e até seguidoras que eu nunca vi pessoalmente, mas que me ajudaram muito.

Bebê enrolado o tempo todo com a mãe.

Um costume que você encontra muito aqui no Canadá é o de carregar o bebê – com baby carrier ou sling – para tudo quanto é lado. Nos supermercados mesmo você vê a mãe empurrando o carrinho com o bebê preso nela. E não só bebês: eu vejo muito crianças de até 2 anos amarradas nas mães. Claro que no Brasil a gente vê muita gente usando estes produtos, mas não como aqui. Lá no Brasil se usa muito mais carrinho do que baby carriers. Eu comprei meu primeiro baby carrier quando o Thomas já era maiorzinho e, como ele era um bebezão, não usei muito porque minhas costas ficavam destruídas. Já com o Ian eu posso dizer que ele ficou colado em mim – literalmente – até os 6 meses. Eu vivia com ele no carrier.

Trocar o bebê em qualquer lugar.

Eu coloquei este costume aqui porque quando estava no Brasil eu sentia que as pessoas não gostavam quando eu trocava meu filho no chão da sala ou em um banco de madeira ou em algum lugar que não fosse a cama ou trocador. Havia um olhar reprovador ou mesmo de curiosidade. E aqui as mães se viram nos 30: trocam o bebê no colo se for possível. E este é um costume que eu adquiri: o de trocar o bebê onde for possível, sem me importar muito com o local.

Orgânico para tudo.

Eu não sei se é porque encontramos produtos orgânicos com mais facilidade aqui ou se é porque tá na moda e todo mundo fala sobre isso, mas eu acabei adotando o costume das mães canadenses de usar orgânico para tudo (obviamente dentro do possível). Alimentos, roupas e tudo que se possa imaginar pode ser comprado orgânico e eu tento sempre obter esta versão dos produtos. Claro que foco na alimentação, mas muitas vezes roupas e outros produtos – até baby carriers – podem ser encontrados na versão orgânica e quando o preço é justo é esta opção que eu escolho. Sempre.

Jantar cedo

Este não é só um costume de mães mas dos Canadenses em geral. Jantar cedo é um hábito Canadense que adquirimos e que não largamos mais. Nós jantamos entre 5pm e 5:30pm todos os dias e isso faz com que as crianças durmam cedo e que a nossa noite seja longa e produtiva. É um costume maravilhoso e que já faz parte da nossa rotina como família.

Não ser consumista ao extremo com coisas para o filho

Ta ai um costume das mães canadenses que eu aprendi e levo a sério: não ser consumista com coisas para os pequenos. Tá certo que eu ganhei quase tudo do Thomas da minha irmã – que tem um filho 2,5 anos mais velho que Thomas – e que as coisas do Ian vieram do irmão – que vieram do primo – mas sempre tem algo para comprar. E eu compro mesmo o mínimo e o necessário. Vejo as crianças brasileiras impecáveis e lindas e até queria que meus filhos ficassem sempre arrumadinhos, mas na prática isso não funciona. Eu gosto deles confortáveis e uso o que tenho mesmo, para gastar. E vale falar que ainda há o costume aqui de comprar coisas usadas – esse eu não adquiri, mas ele existe e é bem forte entre as mamães no Canadá.

Como falei anteriormente este post faz parte do projeto Mães no Canadá, no qual eu e outras mães brasileiras que moram no Canadá falamos sobre um mesmo tema, todo dia 20 de cada mês. Como sempre eu vou adorar saber o que vcs acham das minhas idéias e não deixem de conferir também o que as outras participantes do projeto tem a dizer sobre o assunto.

Adriane (Ottawa, ON) | Like a New Home
Alessandra (Bathurst, NB) | Canadiando
Amanda (Richmond, BC) | Viva Canada
Beatriz (Vancouver, BC) | Biba Cria
Carol (Vancouver, BC) | Fala Maluca
Carol (Mississauga, ON) | Minha Neve e Cia
Danielle (Toronto, ON) | Vidal no Norte
Livi (Toronto, ON) | Baianos no Pólo Norte
Mari (Calgary, AB) | De Bem Com a Vida
Renata (Burnaby, BC) | Mala Inquieta

1 comentário em “Costumes de mãe que adquiri no Canadá e não largo mais”

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