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Pensamentos que eu tive ao viajar para o Brasil depois de 3 anos

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Acabamos de voltar do Brasil depois de 10 dias maravilhosos trabalhando, curtindo a família e comemorando o primeiro ano do Thomas. Não sei se foi porque eu trabalhei um pouco por lá – fiz apresentações e reuniões – ou porque fazia 3 anos que não íamos para o Brasil mas passou muito rápido e já estou com saudades de todos. Bom, este post não vai falar das saudades mas das minhas impressões toda vez que volto para o Brasil – em especial desta vez que, como disse para vocês, fazia muito tempo que não ia para lá. Como sempre vou adorar saber a opinião de vocês, então não deixem de comentar por aqui.

Povo amável e acolhedor

Ainda no aeroporto quando desembarcamos em São Paulo eu tive um choque. Isso mesmo, um choque: nunca tinha andado no Brasil com bebê e eu me senti diferente (e quando digo diferente eu quero dizer amada e especial). Todas as pessoas olhavam para o Thomas, falavam com ele, perguntavam seu nome e quando eu dizia que ele estava quase completando 1 aninho (e que íamos comemorar o aniversário no Brasil) nos davam parabéns e olhavam com carinho para o meu filho. Muitas atendentes pegavam até o celular para mostrar seus filhos para nós. Tanto amor, tanto calor humano, tanto acolhimento… eu não estava mais acostumada com isso. O povo brasileiro é realmente especial.

Por que as coisas precisam ser tão caras?

Toda vez que eu vou para o Brasil eu fico apavorada com os preços. Gente, está tudo absurdamente caro. Você vai em um restaurante e o preço por pessoa com bebida acaba sendo R$100 (ou até mais). Você vai no shopping e vê um vestido por R$100 e pensa “ah, tá ok”, ai chega mais perto para ver os detalhes da peça e na verdade tem um número 5 pequeno indicando que o vestido custa na verdade 5X de R$100 (história verídica). O preço da carne está absurda… iogurte então (bandeja com 6 não custa menos de R$10)… Nem vou entrar em detalhes do preço da comida no aeroporto (pão de queijo R$8 e uma latinha de coca por R$9). Tudo um absurdo e eu sempre me apavoro a cada visita ao Brasil.

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TV idolatrada

Este é um tema curioso mas depois de sair do Brasil e viver quase 7 anos fora dele eu comecei a notar como o povo brasileiro idolatra a TV. Vou tentar explicar melhor: a TV fica sempre em local de destaque na casa, o horário da novela ou do jornal é sagrado, muitas casas deixam a TV ligada sempre (mesmo que ninguém esteja assistindo) e ter uma TV grande e de última geração é algo que gera orgulho. Claro que não estou generalizando mas é bem engraçado como é cultura de parte do povo brasileiro idolatrar a TV. Aqui no Canadá é bem diferente e nós, por exemplo, cancelamos a TV a cabo (e nem temos antena para pegar os canais locais) assim que o Thomas nasceu. A TV está na nossa sala obsoleta, já que eu prefiro dedicar meu tempo com meus amores, lendo ou até escrevendo no blog.

Triste ao ver os cachorros de rua

Aqui no Canadá você não vê cachorros de rua e depois de 3 anos sem ir para o Brasil eu levei um choque com a quantidade de cachorros que vi na rua. Dá um aperto no peito ver esses animais abandonados ou sem dono vagando pelas ruas, morrendo de fome e super carentes. Não vou entrar em detalhes sobre meus sentimentos e o que penso sobre o assunto mas fica aqui a minha impressão sobre o assunto.

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Falta de respeito no trânsito

Um outro ponto que me chama a atenção é a falta de respeito no trânsito. E não confunda com tráfego, já que aqui em Toronto temos muito congestionamento também. O que noto é que aqui, por exemplo, se há duas filas que vão se juntar em uma os carros respeitam a regra de um carro de cada fila entrar de cada vez. Lá no Brasil a vez é de quem for mais rápido, de quem cortar o sinal da maneira mais ágil ou de quem se fizer de desentendido. Eu fiquei tensa e horrorizada com o trânsito.

A melhor comida do mundo

Não adianta: eu posso comer em vários lugares do mundo e até mesmo aqui em Toronto eu consigo encontrar culinária de diferentes lugares – incluindo a Brasileira -, mas é no Brasil que eu gosto de comer, e é no Brasil que a comida tem o melhor gosto. Gente, até a comida à quilo do supermercado é gostosa. Eu sou apaixonada por arroz, feijão e farofa e lá no Brasil não importa onde esta combinação é sempre gostosa. E as confeitarias, padarias… hummm, pães e bolos maravilhosos. Isso sem contar os ótimos restaurantes que fomos – como o Faz de Conta em Belo Horizonte e o Zé do Cacupé em Floripa… tudo perfeito.

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Tudo igual e ao mesmo tempo tudo diferente

Eu sempre tenho esta sensação quando viajo para o Brasil: que as coisas pararam no tempo e que tudo está exatamente no mesmo lugar que esteve desde a última vez que o visitei. É engraçado isso pois eu consigo ir para todos os lugares (mesmo com o sentido do trânsito alterado), sei o nome das ruas, onde comprar isso ou aquilo… Vou usar um exemplo: tive que ir no cartório com meu pai e escolhemos ir em um no centro da cidade. Na entrada eu falei para o pai “adoro este cartório pois eles servem docinhos”. Meu pai falou que nunca tinha visto docinhos lá… mas, dito e feito: eles colocam umas bandejas com docinhos para os clientes. E eu lembrava disso (vai gordinha heheheh). Ao mesmo tempo eu sinto que tudo está diferente, que as coisas não se encaixam… e acho que essa sensação está associada ao fato de eu ter mudado e ver agora tudo de uma maneira diferente. Mesmo assim eu me sinto muito bem no Brasil, especialmente quando estou na casa dos meus pais e com eles.

Estar perto da família é bom demais

Não adianta: toda vez que volto do Brasil eu fico triste… isso porque é tão bom estar com a família por lá que quando voltamos a gente fica um pouco triste (e perdido). Seria muito bom poder criar nosso filho perto dos meus pais, da mãe do Ju, dos nossos irmãos, primos e tios (as melhores lembranças da minha infância certamente foram ao lado da minha família). Mas ai eu penso na nossa vida aqui no Canadá, tudo que a gente conquistou até agora, a qualidade de vida que temos, os amigos preciosos que conquistamos (que são nossa família) e eu volto a respirar tranquila. Aqui não é perfeito, mas estamos felizes por aqui.

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13 comentários em “Pensamentos que eu tive ao viajar para o Brasil depois de 3 anos”

  1. Que legal! Adorei! Como foi passar horas no aviao com um bb de um ano? Estou indo para o Brasil em fevereiro com minha filha de 3 anos e meu bb (que TB se chama thomas) ele estara com 9 meses. Detalhe: Meu marido n vai…por causa do trabalho.??

    1. Paula, eu fiz o oposto Brasil- Toronto. Meu mais velho com 3 anos e o caçula com 10 meses. O mais velho se comportou como um lord, mas o caçula subia e descia nas minhas costas, pulava de cadeira em cadeira. Bem cansativo, mas nada aterrorizante. Boa viagem

    2. Oi Paula. O Thomas é ótimo e como o voo é noturno ele dormiu a noite toda – como faz em casa. Não tivemos problema algum. Mas quando fomos para a Itália em agosto deste ano nosso voo de retorno Roma-Toronto era durante o dia e o Thomas não queria ficar parado. Agora só voo a noite. Tem post falando tbem sobre a primeira vez que voamos com o Thomas, quando ele tinha 6 meses. Olha só: https://gabynocanada.com/2016/04/21/32438/
      Sobre seu marido não ir… eu sempre viajei com meu marido. Mas acho que vc deve relaxar e curtir o momento. Vai ser difícil mas vai dar tudo certo! Beijos

  2. que bacana, Gaby! deu uma saudade imensa vendo essas fotos de floripa.. 1 mes antes de embarcarmos pra cá fizemos uma viagem de despedida por lá.. almoçamos na beira da praia em pantano do sul, num restaurante que nossa senhora.. o melhor peixe da minha vida .. quase que fiquei por lá mesmo <3
    Eu senti muito essa frieza em relação a crianças.. no Brasil todo mundo vai se chegando, sorrindo quando ve um bebe. por aqui o pessoal nem te olha. achei isso bem bizarro, mas agora ja estou me acostumando.
    coisa boa rever a familia.. é nosso porto seguro sempre. morro de saudades dos meus pais..
    Bjao e parabens pelo 1 aninho do thomas 🙂

  3. Oi Gaby, estive ha um mês em Toronto fui viver a cidade, nao fui fazer turismo, e confesso que esperava mais. Realmente não gostei da comida, achei as pessoas frias e mal educadas(O taxista que me levou ao aeroporto na volta me perguntou se eu tinha dinheiro para pagar, fiquei chocada). Em relação ao trânsito, moro em Brasília e aqui se respeita um de cada fila, se respeita muito a faixa de pedestre ( então não achei diferente). Roupa realmente o preço é assustador aqui, fiz a festa aí, sobretudo para meus filhos de 3 e 1 ano.
    A ideia era mudar para o Canadá, mas a experiência me fez ver que não tenho perfil e acabou a vontade para essa mudança.
    Mas a segurança é enorme. Ponto que me balança ainda.
    Parabéns e felicidades para o Tomas.
    Adoro seu blog

  4. Oiee Gabyyy,

    Realmente existem tantos problemas que acabamos ficando cegos para alguns deles, como vc citou dos cachorrinhos e também não damos valor as pequenas coisas boas, como a comida.
    E pelo visto o lindo do Thomas curtiuuu muito.

  5. Oi Gaby, muito legal ver esses pensamentos!! Deve ser uma sensação muito curiosa né… com um ano e meio já senti um pouquiinho do que falasse, imagino como seria em 3 anos!
    A comida é realmente um ponto forte nosso, ruim é o preço de tudo mesmo heheh
    Uma pena que vocês estiveram tão rapidinho por aqui!! Que bom que aproveitaram, passa rápido mesmo quando curtimos né. E adorei ve-la mesmo que por pouco tempo 😀
    Beijoss

  6. Pingback: Festa de 1 ano do Thomas no Brasil - Gaby no Canadá

  7. Oi Gaby, acompanho teu blog sempre. Parabens pelas materias 🙂
    Eu tenho uma pergunta, sou brasileira e meu filho de 3 meses é canadense.

    Ele precisa de visto para entrar no Brasil como turista? a gente esta pensando de ir viajar para o Brasil em maio
    obrigada pela resposta.

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