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Perrengues que passamos durante nossa viagem cruzando o Canadá

Você que acompanhou nossa viagem e viu as fotos lindas de lugares incríveis que passamos nem imaginam os diversos perrengues por trás de cada sorriso. Como falei aqui, foram 73 dias de viagem e um total de 11 perrengues. Muita gente comentou que achou pouco – eu também – mas claro que na hora que eles aconteceram eu nem pensava no número mas no fato do porquê eles estarem acontecendo justamente com a gente. Temos sorte que nenhum deles foram graves ou extremamente ruins e acho realmente que faz “parte” diante do fato de estarmos tanto tempo na estrada. Pois bem, assim que eles aconteciam eu ia anotando no celular para não esquecer e hoje eu listarei todos aqui para eu lembrar deles sempre!

Perrengue 1: Ataque de mosquitos no Pancake Bay Provincial Park

O primeiro perrengue era até esperado, mas gente nunca imaginava que seriam assim TANTOS mosquitos. Contei no diário de viagem 1 sobre nossa passagem por Pancake Bay: saímos de Sudbury e fomos até lá dormir. Já sabíamos que iríamos dormir no carro, mas compramos delícias para colocar na fogueira e jantar e pegamos um site praticamente na frente da praia, então a idéia era curtir bastante outdoors. Chegamos no parque uma 4pm e tinha poucos mosquitos. Porém, de repente, eles surgiram frenéticos e famintos. Entramos no carro – depois de arrumar a barraca na rua para colocar as malas e car seats (foto abaixo) – e lá ficamos. Eram nuvens e nuvens de mosquitos e não deu para curtir o parque naquela noite, uma pena.

Perrengue 2: Lesmas caindo das árvores no jardim de Winnipeg

Este segundo perrengue é aquela coisa de “muito bom para ser verdade”. Estávamos no belíssimo Assiniboine Park em Winnipeg. Era final de semana e obviamente o parque estava cheio, mas como ele é grande sempre procurávamos lugares menos movimentados para passear. Depois do almoço resolvemos caminhar pelos jardins – English Garden e Leo Mol Sculpture Garden – e notamos alguns caminhos mais vazios, ou melhor, bem vazios. Que sorte, pensamos. Ao andar por estes caminhos notamos alguns bichos caindo das árvores e quando demos conta haviam vários na gente, incluindo na Ella! Essas lesmas não são aquelas que temos aqui em Ontário mas parece um pedaço de madeira pequeno que, ao tocarmos, se curvam. E elas fazem uma teia e caem das árvores, assim, aos milhões.

Perrengue 3: Quando pegamos a pior tempestade das nossas vidas em uma barraca

Como contei aqui para vocês, um dos lugares que eu mais queria visitar nesta viagem era o Grasslands National Park em Saskatchewan. Ouvimos falar que o calor dos dias de verão traziam tempestades feias à noite e vimos no aplicativo da previsão do tempo que havia uma grande possibilidade de chuva. Mesmo assim fomos para lá porque obviamente era a oportunidade de conhecermos aquele lugar, mas não imaginávamos que a chuva que o aplicativo mostrava seria uma super tempestade, até porque o dia estava lindo e sem nuvem. Gente, que chuva! Do nada o tempo virou e tudo ficou preto. Entramos e só ouvíamos os relâmpagos, super altos. A chuva e o vento mexiam a nossa oTENTik e eu jurava que não iria aguentar. Depois de umas 2 horas a chuva acalmou e dormimos, mas deu medo.

Perrengue 4: Pedra no vidro do carro em Waterton

Algumas pessoas notaram nos meus stories no instagram que o vidro da frente do carro estava rachado. Pois bem, quando saímos da parte plana do Canadá e começamos a nos adentrar pelas rochosas pela primeira vez, um caminhão passou rápido e jogou uma pedra no vidro do carro. O barulho foi tão grande que a gente se assustou muito. Estávamos indo para uma região bem remoto e dali passaríamos duas semanas de férias e em parques nacionais. Tiramos foto e ficamos acompanhando se a rachadura aumentava – e não aumentou. No fim, como ficou a mesma coisa, acabamos deixando assim até o final da viagem e só quando chegamos o marido arrumou.

Perrengue 5: O terrível Airbnb de Vancouver

Vancouver é uma cidade super cara – e todo mundo sabe disso. Já visitamos a cidade outras tantas vezes e até cogitamos em não ficar lá por conta disso, mas nenhuma viagem pelo Canadá seria completa se não passássemos por Vancouver. Pois bem, ficamos no local 5 noites e pegamos um Airbnb super caro para ter certeza que seria bom. Sabíamos que era em um basement mas os reviews eram ótimos e as fotos bonitas, então a gente foi sem medo. Chegamos lá e não acreditamos no que vimos: forma com comida velha dentro do forno, vão entre a pia e o chuveiro cheio de sujeira, tudo com muito pó e limpeza duvidosa. Máquina de lavar-roupa compartilhada com o dono da casa – que, levando-se em consideração a sujeira, deu nojo de usar. Pensamos em sair e perder o dinheiro, mas não achamos nada bom dentro do nosso orçamento e como estávamos tanto tempo na estrada a gente estava gastando muito. Estava tão quente naquela semana e o local não tinha ar condicionado, então o calor + a sujeira nos fez passar os dias todos fora, comer fora e só chegar bem tarde para dormir. Fiz um review bem honesto no Airbnb e mandei uma mensagem privada para o host, que não me respondeu até hoje.

Perrengue 6: Ian durante o Fly Over Canada

Como escrevi anteriormente já fomos a Vancouver inúmeras vezes, mas em nenhuma delas com os meninos. Então eu queria explorar as atrações kid-friendly com eles e uma das que a maioria das pessoas recomendava era o Fly Over canada. Este é um simulador super leve onde você está sobrevoando de asa delta o Canadá e vai sentindo vento, água e por ai vai durante o passeio. A atração dura 25 minutos mas o ride (estar no simulador) é 8 minutos apenas. Pois bem, lá fomos todos nós para a atração e já no primeiro minuto da ride, quando nós vamos sobrevoar um barco, o Ian começa a berrar que está com medo – e não para de berrar e chorar. Passamos a atração toda tentando acalmar ele e, tadinho, ele ficou com muito medo. Thomas adorou a atração mas segundo ele “foi difícil prestar atenção com os gritos do Ian”. Tadinho! A foto abaixo é na frente da atração e depois da choradeira, quando sentamos ele e explicamos que era um vídeo. Ele entendeu e explicou que tudo parecia muito real – e parecia mesmo.

Perrengue 7: Perna preta cheia de mosquitos

Quem vê a foto linda abaixo nem imagina que depois de curtimos esta praia maravilhosa em Summerland, no caminho de volta para o carro, eu fui atacada por mosquitos. Um cachorro sem coleira passou em alguns arbustos e veio na nossa direção – e quando eu olhei para ele (para baixo) eu notei minha perna toda preta. E não, não estou exagerando. Eu contei umas 30 picadas e não vou colocar a foto da minha perna porque ninguém merece. Ian e Thomas estavam do meu lado mas tiveram poucas picadas. Juliano nenhuma. Aliás, eu sou o melhor repelente que você pode encontrar porque SEMPRE os mosquitos me mordem muito e as pessoas ao meu redor nem notam eles.

Perrengue 8: Conexão de internet no Airbnb em Edmonton

Nós não estivemos de férias durante todos os dias da viagem e em muitas cidades optamos por pegar um Airbnb para dar mais espaço para os meninos e a Ella brincarem e a gente poder trabalhar. Nem sempre deu certo como vocês viram no perrengue 5 acima. Em Edmonton tivemos um grande problema: chegamos na cidade e nosso Airbnb era na parte sul da cidade e achamos que os celulares não tinham um ótimo sinal. Chegamos em um dia e no outro dia eu iria ser chair de uma sessão científica em um congresso e o Juliano cheio de reuniões. Pois bem, a internet não funcionava. Mandávamos mensagem para o host e nada. Até que finalmente ele respondeu e foi super prestativo, melhorou a internet na hora e no outro dia trouxe um equipamento melhor. Mas aquelas horas sem ter resposta foram super apreensivas. Aprendemos então que quem vê cara – olha só que linda a casa por fora – não vê os perrengues. E agora sempre que alugamos um Airbnb perguntamos sobre limpeza e internet, de uma maneira bem específica.

Perrengue 9: A busca pela Aurora Boreal com duas crianças pequenas no carro

Meu sonho é ver a Aurora Boreal dançar na minha cabeça. E eu sabia que durante a viagem tínhamos uma chance grande de ver ela. Por isso eu baixei todos os aplicativos possíveis e estava sempre acompanhando… e foi assim que quando estávamos em Calgary vimos que havia uma alta chance de vermos. Fomos dormir cedo e coloquei o despertador para 1am. Acordamos, colocamos os meninos de pijama no carro e dirigimos apenas 15 minutos (porque já estávamos ao norte de Calgary). Vi o céu mudar e umas linhas verdes no céu: era ela! Queria ir mais para o norte mas as crianças começaram a chorar e não teve jeito delas voltarem a dormir. Tivemos que voltar e apesar de termos visto um pouco não foi ainda na maneira que eu imaginei.

Perrengue 10: As paradas para ir ao banheiro no interior dos Estados Unidos

Eu não sei se acontece isso com vocês mas sempre que íamos fazer um trajeto longo na estrada eu perguntava para os meninos se eles queriam ir ao banheiro e eles nunca queriam. No meio do caminho se eles pedissem para fazer xixi era tranquilo (porque eles são meninos é mais fácil). Mas quando o pedido era para número 2 a situação se complicava, especialmente quando a gente estava em um lugar mais remoto. Nós não temos os penicos portáteis – não tínhamos espaço no carro – mas eu tinha sempre um kit com protetor de papel, lysol e lenços umedecidos. Em um trajeto específico entre os estados de North Dakota e Minnesota Thomas pediu para ir ao banheiro e não achamos nada por 1h30, nem acostamento para parar. Foi tenso mas no fim deu certo.

Perrengue 11: Barulho terrível na suspensão do carro no último trecho da viagem

Fizemos 19.000km nesta viagem e no último trecho (Ottawa > Barrie) a suspensão do carro começou a fazer um barulho terrível. Dirigimos um Tesla – carro elétrico e super silencioso – então ter este barulho quando meu marido virava o volante era estranho. Que bom que foi só final da viagem! Como já tínhamos marcado assistência para o vidro, marido levou o carro para ver o barulho e tudo está resolvido agora, mas deu nervoso fazer as estradas locais entre Ottawa e Norte de Toronto com o carro fazendo um barulho enorme.

E ai, tô curiosa para saber se vocês acharam os perrengues tranquilos ou super perrengues. Confesso que achei tudo bem tranquilo e problemas com mosquitos, carro e limpeza são coisas bem comuns de acontecer em viagens longas. Que bom que ficamos bem a viagem toda e nenhum problema grave aconteceu. Muitas memórias e histórias para contar ficaram, com certeza! Obrigada a todos pelo carinho ao acompanhar a nossa viagem e ainda tenho muitas dicas para escrever por aqui desde 73 dias na estrada. Aguardem!

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