E seguimos firmes e fortes para mais uma semana de ensino online aqui na nossa casa. Como eu tenho falado e mostrado bastante sobre o assunto nas minhas redes sociais eu resolvi escrever um texto contando um pouco da nossa experiência com o ensino online por causa da pandemia e como estamos fazendo para ensinar para os meninos durante este período, sendo que ao mesmo tempo eu e meu marido temos emprego full-time.
Para quem não sabe temos dois filhos: o Ian de 2 anos e o Thomas de 5 anos. Ian parou de ir na creche em março e não o coloquei de volta. Thomas está no SK (segundo ano do jardim de infância) e só em setembro de 2021 irá para a primeira série. As aulas foram suspensas em março do ano passado e só voltaram em setembro, que é o início do ano letivo. Em setembro tivemos a opção de enviar o Thomas para a escola ou mantê-lo em casa: decidimos mandar ele para a escola e eu escrevi um texto enorme sobre esta nossa decisão aqui no blog.
Tudo ia bem até que o recesso de Natal chegou e os números de casos aumentaram consideravelmente. E nisso as escolas nem voltaram e parece que ficaram ainda boas semanas assim. Muitas pessoas no Brasil falaram que a escola dos filhos está fechada por lá desde março e que temos a “sorte” das escolas aqui terem aberto por um certo período. Eu concordo mas penso que isso não é uma comparação e, se fosse, ganharíamos fácil porque o frio do inverno e os dias curtos somado a criança na frente do computador é algo que não supera nada nessa situação.
Eu sou muito estudiosa e quero que meus filhos tenham este prazer em estudar. Só que ao mesmo tempo eu entendo que não estamos em um momento e ambiente propícios para isso. Eu vejo frustração por todos os lados durante os dias de semana: do Thomas que não consegue se concentrar, do Ian que quer atenção e eu estou dando mais para o Thomas e minha e do meu marido que não conseguimos trabalhar, ensinar e fazer tudo que deveríamos. É um misto de sentimentos: tem horas que eu tenho alívio que ele não é mais velho e assim não está “perdendo” nenhuma matéria importante; tem horas que eu acho que seria mais fácil se ele fosse mais velho porque assim ele con seguiria aprender sozinho; e, tem horas que eu fico muito triste com a situação, porque eu não consigo achar normal o meu filho ficar tanto tempo na frente de um computador.
O intuito deste texto não é reclamar – até porque não temos nada para reclamar por estarmos saudáveis na nossa casa. É mais uma maneira de deixar registrado este momento e também compartilhar algumas coisas que tem funcionado muito com a gente.
Tenha uma rotina
É impossível você ensinar seus filhos em casa sem uma rotina. Se tiver uma dica que eu tenho que dar para vocês a dica será essa. Nós estabelecemos uma rotina que funciona muito para a nossa família e também para as aulas que o Thomas está tendo. Eu e meu marido estamos cansados mas conseguimos trabalhar todas as horas que precisamos e o Thomas está aprendendo muito. Os dias passam rápido e acabam sendo divertidos e ocupados. Como ele está no SK ele não fica o dia todo na frente do computador – apenas 1:30h – e a maioria das atividades somos nós que fazemos, revezando entre nosso horário de trabalho. Como estamos quase nos mudando não consegui organizar um espaço legal para o Thomas aprender – acho isso fundamental – mas adaptamos as coisas aqui e está funcionando.
Trabalhe em parceria com o professor
Eu não quero substituir o professor do meu filho. Não tenho capacidade e não sou treinada para isso. O que eu quero é que ele me guie para o que eu preciso fazer para desenvolver as habilidades que meu filho precisa neste momento. E assim eu converso muito com o professor do Thomas e ele manda mensagens naquilo que devemos trabalhar com ele – e ele melhorar. Esse apoio está sendo fundamental para a gente. Sim, eu sou aquela mãe chata que contacta o professor para saber onde posso encontrar a atividade X que acho que meu filho precisa. E tenho a sorte do professor ser “chato” também e me mandar não só a atividade X, mas a Y e a Z também. Ah, vale falar que o professor manda o schedule do dia seguinte toda noite e ai eu consigo planejar meu dia e também programar todas as atividades. Faço tudo isso à noite depois do trabalho.
Considere as necessidades educacionais do seu filho
Não importa o quão organizado o espaço do seu filho está ou a sua rotina, ele só vai aprender quando estiver engajado no processo de aprendizagem. E isso só irá acontecer se você considerar as necessidades do seu filho. Você deve entender em qual estágio de aprendizado ele está – o que pode ser diferente da disciplina que ele está tendo na aula. Você deverá entender a concentração e paciência dele e arrumar o ensino de acordo com isso. Por exemplo, Thomas não tem muita paciência em ficar sentado muito tempo então fazemos pequenos breaks para que ele não precise ficar tanto tempo sentado. Algumas vezes, mudamos o ambiente e escrevemos no chão ou em outros locais, já que Thomas ainda é pequeno e tem necessidades sensoriais diferentes. E, acima de tudo, PERGUNTE ao seu filho o que ele acha mais difícil e o que ele mudaria. Ouça seu filho e tente adaptar o ensino baseado naquilo que ele gostaria de ter.
Enfim, não há regras e nem certo e errado. Como pais obviamente tentamos fazer o melhor para os nossos filhos e este não é o momento de cobrança, nem para eles nem para nós. Como disse anteriormente eu gosto muito de estudar e até dou uma “forçada” para que os meninos escrevam, leiam livros e se interessem pelo estudo. Mas tento respeitar o momento deles. Com a criação da rotina eles acabam aceitando o momento de estudar mesmo quando não tem vontade e estamos conseguindo passar os dias mais tranquilos.
Vou adorar saber o que vocês estão fazendo para ajudar no aprendizado dos seus filhos. Deixem um comentário contando a experiência de vocês e boa sorte por ai!