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Alimentação infantil no Canadá versus Brasil: da introdução alimentar até a escola

O assunto de hoje do projeto Mães no Canadá é alimentação infantil, as diferenças que notamos entre o que as crianças comem no Brasil e no Canadá e os desafios que nós temos como mães expatriadas de conciliar estas diferenças culturais e alimentar nossos filhos da maneira que achamos mais correta. Antes de falar sobre o assunto eu quero dizer que eu achei super difícil escrever sobre ele porque eu nunca fui mãe no Brasil, mas como já fui para lá algumas vezes com os meninos eu consegui entender um pouco sobre algumas dessas diferenças e tentar selecionar aquilo que eu iria trazer para dentro da minha casa.

As diferenças começam já nos primeiros meses de vida

A introdução alimentar dos bebês no Brasil é muito diferente do que os médicos canadenses recomendam (aliás, há muita diferença em vários aspectos da maternidade entre esses dois países e eu falei um pouco neste post aqui). Aqui no Canadá os médicos recomendam que as crianças comecem sua introdução alimentar com um cereal que é misturado com leite materno ou fórmula, seguido por alimentos altamente alérgicos, incluindo ovo, amendoim e carne. Sim, as papinhas de frutas e verduras são recomendadas, mas o cereal – veja exemplo de um aqui – é meio que padrão de alimentação por aqui. Com os meninos eu misturei um pouco das duas culturas: comecei dando frutas e verduras (a mesma 3 dias seguidos para ver alergia e depois passava para uma outra) e depois de uma semana eu já inclui o tal cereal, que era misturado com a fruta, leite e afins. Os dois AMARAM o tal cereal e eu gostei muito porque eu sentia que sustentava eles demais. Pausa aqui para dizer que meus filhos são enormes e comem muito, então essa “sustância” deu certo por aqui. E logo depois inclui carnes, peixes, grãos e deu super certo. O primeiro alimento dos dois foi pêra, mas o segundo foi baby cereal.

Uma outra grande diferença nesta fase inicial de alimentação das crianças é o suco. Lembro que quando o Thomas estava na fase de introdução alimentar todo mundo do Brasil me questionava se ele já estava tomando “suquinho de laranja lima”. E a resposta era sempre não. Aqui os médicos condenam o suco para crianças pequenas e consideram tão ruim quanto o doce. A dica é leite materno até os 6 meses – nada de água – e depois aos poucos ir introduzindo água. Mas, se o seu filho mamar no peito, pode ficar só com o leite materno que está bom. O único líquido que Thomas bebeu até os 10 meses foi leite. Depois começamos com água e suco somente com 2 anos de idade. O Ian foi para o Brasil com 6 meses e acabou tomando suco por lá, mas quando voltamos nada e continuou firme e forte com o leite materno até 14 meses, quando começamos com a água. E suco ele acabou tomando mais cedo que o Thomas, porque via o irmão e queria (mas depois do 1 ano certamente).

A comida atípica da creche

Thomas e Ian foram para creche quando pequenos e por lá eles tinham um cardápio de alimentação (ou seja, não podíamos mandar comida de casa para eles). Eu sempre fui SUPER despreocupada com alimentação no sentido de que eu quase nunca chequei o cardápio da creche. Minha opinião era simples: a creche é regulamentada e cheia de regras, então a comida deve ser assim também. E se meu filho estiver com fome ele vai comer o que tiver – e se não comer vai aprender e na próxima ele certamente vai comer. Muita gente pode achar rigidez, mas é assim que eu penso (e é assim que meus filhos comem tudo desde pequeno). Mas eis que um dia eu resolvi olhar o cardápio da creche e fiquei, digamos, chocada com o que vi. Naquele dia o almoço era peixe com molho coreano e na foto tinha um prato super diferente e que não condizia com nada que eu dava para o Thomas em casa. Eu perguntei para as cuidadoras e elas disseram que ele comia 2 porções quando aquilo estava no cardápio. Eu não questionei mais. Se você quiser ver o cardápio da empresa que fornecia a comida da creche do Thomas é só clicar aqui.

Algumas vezes eu ia pegar os meninos mais cedo e via a comida: tomate de lanche, vegetais crus com molhos de snack, panquecas e pães integrais com molhos (geléia e pasta de amendoim) para lanche… Claro que a creche tinha frutas, mas sempre me apeguei a estes lanches diferentes e até hoje os meninos amam os vegetais crus e molhos diferentes, que fazem também parte do cardápio das festas infantis por aqui (leia mais aqui). Ah, e água e leite sempre como bebidas: nada de suco ou achocolatados.

A rotina de alimentação

Já falei aqui no blog sobre as diferenças na rotina de alimentação das famílias no Brasil e no Canadá – clique aqui e veja o post completo. No geral, o café da manhã por aqui é bem reforçado: tem waffle, ovos, bacon, sausage (linguiça), hash brown (batata ralada frita com pouca gordura), maple syrup (não pode faltar), panquecas, cereal com leite e por ai vai. Muitas pessoas acham estranho o hábito que temos no Brasil de comer um sanduíche com queijo e presunto no café da manhã pois para eles isso é almoço. E falando em almoço, por aqui ele é leve (um lanche) e geralmente é um sanduíche, salada, vegetais com algum spread (por exemplo hummus e guacamole) e nada muito elaborado. A principal refeição do dia é o jantar, que geralmente é feito bem cedo (5pm). Nós acabamos mesclando um pouco das características dos dois países na nossa rotina: nosso café da manhã é reforçado mas geralmente com frutas, cereal, pão e ovo. Os meninos amam panquecas e waffle e a gente faz sempre para eles – e acabamos comendo também. O almoço não é tão pesado mas a gente opta por uma refeição ao invés de um lanche e, sem dúvida, a principal refeição aqui em casa é o jantar, onde paramos para cozinhar e comer com calma. E sempre comemos muito cedo – comparado ao que ouvimos que acontece no Brasil: no máximo 6pm nosso jantar começa, já que os meninos vão para a cama entre 7pm e 7:30pm.

A lancheira do Thomas para a escola

As crianças aqui no Canadá ficam na escola entre 9am e 3pm e é recomendado que você envie dois lanches e um almoço na lancheira. A escola do Thomas possui um programa de snack e geralmente não é necessário os dois lanches (o programa ainda não começou e estamos mandando os lanches por enquanto). Eu sempre mando uma fruta e um pacote de bolacha ou fish gold de snack. Para o almoço eu geralmente mando uma bento box (lancheira cheia de compartimentos) com uma fruta (geralmente uva, blueberry, morango ou tangerina), dois vegetais (pepino e tomate são os favoritos mas às vezes mando vagem, edamame, pimentão cru e cenoura, que ele gosta muito), uma carne, um spread (geralmente hummus) e algum carboidrato (pão, waffle, batata, torradas). Quando eu tenho em casa eu mando as marmitas kids da Go Light (clique aqui e veja) que são ótimas e ele ama.

Espero que tenham gostado do post e não deixem de ver a opinião das outras mães brasileiras que moram ao redor do Canadá:

Alessandra (Bathurst, NB) | Canadiando
Beatriz (Vancouver, BC) | Biba Cria
Carol (Mississauga, ON) | Minha Neve e Cia
Cassandra (Vancouver, BC) | Canada.br
Danielle (Toronto, ON) | Vidal no Norte
Livi (Toronto, ON) | Baianos no Pólo Norte
Mariana (Calgary, AB) | De Bem Com a Vida
Musa (Toronto, ON) | Mamãe Musa
Nayara (East Gwillimbury, ON) | My Family no Canada

7 comentários em “Alimentação infantil no Canadá versus Brasil: da introdução alimentar até a escola”

  1. Oi Gaby, no Brasil tb não é mais recomendado dar suco para crianças em fase de introdução alimentar! A recomendação é oferecer a fruta!

  2. Gaby eu amava o seu conteúdo, mas hoje em seus stories estão chatos, repletos de pugli, o conteúdo ficou em segundo plano. Espero que volte a focar no que realmente é interessante.

    1. Ola Paula,
      Obrigada pelo email e sinceridade. Eu posto sim muita coisa que não é publicidade, mas acho que se vc curte meu trabalho aqui no blog e nas redes sociais deveria ficar feliz em ver várias empresas me reconhecendo e em eu ter este estímulo para continuar meu trabalho. Uma pena que vc não pense que divulgar empresas e dicas não seja interessante…

  3. Adoro como você coloca tudo tão bem explicadinho!
    Eu não sabia que a introdução alimentar aqui era diferente até levar a Elena numa pediatra no Brasil. Na época estava começando a introduzir sólidos e recebi um monte de apostilas e tinham várias coisas diferentes das orientações que tinha recebido aqui. A minha impressão, na época foi que lá parece que os alimentos eram mais rápido e certos alimentos mais cedo do que aqui.

    O costume aqui em casa sempre foi almoço com comida e até hoje minhas filhas não querem refeição leve no almoço, nem na escola. Tem que ter comida quente na marmita, as verduras e frutas vão de snacks ou acompanhamentos. Quando mando sanduíche voltam loucas de fome hehehe

    Beijos

    1. Que ótimo Livi. Aqui eu coloco sempre carne como se fosse almoço, mas o Thomas não curte muito não ter arroz e feijão na escola. Se eu mandar ele come, mas ele me explica que não curte! Beijos enormes

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