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Perrengues que passamos por sermos mães no exterior

Hoje é dia de projeto Mães no Canadá aqui no blog. Eu adoro este projeto principalmente porque eu sei que não estou sozinha e que há várias mães brasileiras que moram no Canadá e sofrem e lutam para criarem seus filhos fora do seu país de origem e longe da família. E é justamente sobre esse sofrimento e esta luta que iremos escrever hoje – eu e as 10 meninas que fazem parte do projeto (links no final do texto).

O tema – como vocês leram no título – é perrengues que passamos por sermos mães no exterior. Eu pensei MUITO sobre o que escrever porque eu acho que maternidade não é fácil em nenhum lugar do mundo e como não fui mãe no Brasil não consigo distinguir muito bem os apuros que eu passo aqui e são somente por eu ser mãe daqueles que poderiam ser evitados se a família estivesse por perto. Inicialmente eu lembrei de três episódios distintos que aconteceram porque o Thomas estava doente e, como eu não tenha com quem deixá-lo (e a creche não aceita criança doente), acabei levando-o para meus compromissos.

O primeiro deles foi minha ida ao dermatologista. Eu tenho pintas no corpo e acompanho indo ao dermatologista duas vezes por ano. E em uma destas idas o Thomas estava doente e ele precisava ficar 24h em casa sem febre para poder voltar para o daycare. E lá fui eu no médico com meu pequeno (acho que na época ele tinha quase 2 anos). Eu, como mãe inexperiente, quis agradar meu pequeno e dei um cookie de chocolate antes da consulta. Nível de açúcar no máximo e entramos em uma salinha pequena para esperar o médico. Nem preciso dizer que Thomas não parou um segundo: mexia em tudo e queria pular, correr… Ai o médico entrou e queria me examinar e deu uma caneta para o Thomas escrever “em uma folha de papel”. O que aconteceu a seguir me deixou bem sem jeito: Thomas riscou o papel e a mesa e parte da parede. Isso nunca aconteceu na minha casa. Não sei se o médico não viu ou fez que não viu mas ele saiu da sala e lá fui eu com álcool gel tentar tirar parte dos riscados (em vão). Hoje eu prefiro desmarcar as consultas ou, caso não seja possível, vou a elas mas sem açúcar e sem caneta.

O segundo episódio está até documentado neste vídeo do Youtube. Eu estava com viagem marcada – a trabalho para Quebéc City e Moncton – e ia ter um dia super corrido no trabalho antes de viajar à noite. Um dia antes o Thomas ficou doente e não poderia ir para a creche justamente naquele dia de trabalho que precisava ser super produtivo. Meu marido tinha uma reunião super importante que não poderia ser desmarcada. Sem ninguém para ficar com o Thomas eu resolvi levar ele para o meu trabalho, para pegar um material que eu precisava levar para a viagem e para fazer uma reunião (que era de 1h e acabou durando 15 minutos). O Thomas se comportou muito bem e eu consegui fazer tudo que eu precisava. Até ai nenhum perrengue. Mas o que aconteceu – mais de engraçado – foi que ele pegou blocos de post-its e encheu minha mesa de escritório e a mesa do meu colega do lado de adesivos. E ele ficou super feliz e orgulhoso do que fez. Todos riram e ficou por isso.

O terceiro episódio que lembro aconteceu aqui em casa, também com Thomas doente e sem poder ir na creche. Eu tinha uma reunião marcada por computador e pensei “coloco o Thomas para dormir e faço minha reunião tranquila”. Mas claro que na hora ele não quis dormir e eu, ingênua, achei que ele ia ficar quieto. Na época eu não deixava ele assistir vídeos ou telas então deixei ele cheio de brinquedos no quarto dele e fui fazer a reunião no escritório (no mesmo andar). Pois eu nem preciso dizer que ele queria a mamãe e eu não consegui fazer a reunião toda. Tive que explicar para um monte de gente que meu filho estava em casa doente e que não queria dormir. Na verdade eu nem sei o que falei mas lembro que ficou super chato e eu fiquei arrasada, porque era uma reunião importante.

Estes foram “apenas” três perrengues que eu lembrei que passei enquanto mãe e porque não temos a família por perto, que dá uma ajuda danada – além é claro de todo o amor envolvido. Como falei anteriormente este post faz parte do projeto Mães no Canadá, no qual eu e outras mães brasileiras que moram no Canadá falamos sobre um mesmo tema, todo dia 20 de cada mês. Como sempre eu vou adorar saber o que vcs acham das minhas idéias e não deixem de conferir também o que as outras participantes do projeto tem a dizer sobre o assunto.

Adriane (Ottawa, ON) | Like a New Home
Alessandra (Bathurst, NB) | Canadiando
Amanda (Richmond, BC) | Viva Canada
Beatriz (Vancouver, BC) | Biba Cria
Carol (Vancouver, BC) | Fala Maluca
Carol (Mississauga, ON) | Minha Neve e Cia
Danielle (Toronto, ON) | Vidal no Norte
Livi (Toronto, ON) | Baianos no Pólo Norte
Mari (Calgary, AB) | De Bem Com a Vida

Os créditos da foto em destaque são os seguintes: Education photo created by freepik – www.freepik.com. Eu resolvi colocar uma foto com letras bagunçadas porque acho que tem tudo a ver com o tema: afinal, é muito difícil colocar em palavras todas as loucuras e perrengues que as mães passam, especialmente aquelas que não tem a família por perto.

3 comentários em “Perrengues que passamos por sermos mães no exterior”

  1. Seu último perrengue me fez lembrar que toda vez que eu precisei que a Livia dormisse para eu fazer algo, ela nunca dormiu! Parece que eles têm um radar, que detecta os momentos que mais precisamos que eles estejam dormindo e fazem ao contrário Hahahahahah

  2. A falta de suporte para ficar com os filhos nas horas que a gente mais precisa é um dos maiores perrengues que enfrentamos né?

    E olha, as crianças têm um detetor de momentos inapropriados para agir e deixar a gente em situações embaraçosas hahaha #fato

  3. Bom dia! Gostaria de uma opinião. Meu marido é residente permanente no Canadá, trabalha em Waterloo. Eu tenho somente o ETA porque ainda moro no Brasil. Estou grávida e com muitas dúvidas se deveria ter o filho no Brasil mesmo ou no Canadá. Se for no Canadá eu precisaria ir mais ao final da gravidez, mas também não sei qual seria o limite para viajar e nem se me barrariam na entrada do país. Se vocês puderem opinar ficaria muito grata. Abraços!

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