Hoje é dia 20 de março e como todo dia 20 aqui no blog eu e mais 5 mães brasileiras que moram no Canadá e compartilham suas vidas em blogs, canais e redes sociais tratamos de um tema relacionado ao universo materno. Este é o primeiro ano deste projeto e nos meses 1 e 2 eu fiz vídeos e falei sobre o assunto sem script de uma maneira que eu adoro: “cara a cara” com vocês através do canal do youtube do blog. Este mês infelizmente não consegui gravar um vídeo por causa de inúmeros fatores, incluindo a correria que este mês de março está sendo, principalmente no meu trabalho. Mas devo falar aqui que este fator (trabalho) não foi o mais importante, porque eu sempre dou um jeitinho. Eu preciso falar de um outro fator que foi fundamental para eu não fazer vídeo este mês – talvez o mais importante de todos: eu não gosto de pensar no passado e em tudo aquilo que eu era antes de ter filhos. E é nisso que eu focar boa parte do texto, tentando explicar para vocês o porquê desta minha posição em relação ao assunto.
Quem acompanhou a minha trajetória para ser mãe sabe que não foi fácil. E a cada um dos muitos dias que eu esperei para ter meu bebê nos braços eu rezava e pedia e suplicava para ter este bebê. E quando alcancei foi algo tão forte e tão especial que me fez uma pessoa mais feliz, com mais fé e muito mais grata pela vida. Eu não sei se eu mudei depois que me tornei mãe, ou se eu mudei porque a vida me fez mudar, ou eu não mudei nada. Quando eu penso em quem eu era antes de me tornar mãe e agora eu não consigo ver muita diferença. Continua adorando as mesmas coisas, continuo com os mesmos desejos e sonhos, com as mesmas vontades e hobbies. A minha vida mudou mas para melhor, e toda esta mudança não mudou quem eu sou. Eu confesso que nem gosto de comparar o antes e depois de nada na minha vida e não quero passar nada com este texto a não ser o quão grata eu sou à Deus por me tornar mãe e o quanto a gente tem que ter fé e ao mesmo tempo correr atrás dos nossos sonhos. Devo citar que eu não acho que a minha essência mudou e não penso sobre isso ou faço grandes reflexões. Eu sempre fui alguém positiva, que lutou muito para conquistar os sonhos… e eu não mudei durante os anos lutando para ter meus filhos, e não mudei agora, depois de tê-los. Eu digo que não mudei profundamente pois as minhas prioridades, crenças e certezas antes e depois de me tornar mãe são as mesmas.
Refletindo sobre o tema eu li vários textos sobre mães ou ouço também mães falarem o seguinte: que elas não tem tanto tempo mais para elas mesmas, que as compras no shopping agora são para os pequenos, que a prioridade da vida agora é o bem-estar dos seus filhos agora, o quanto elas dormiam mais e se cuidavam mais, o quanto elas sentem falta de um banho demorado, o quanto a unha delas estava sempre impecável antes de ter filhos ou elas estavam sempre maquiadas e com o cabelo feito, e por ai vai… mas eu acho isso tão superficial e tão fora do que eu sinto que eu nem consigo fazer esta comparação e foi este um dos motivos que eu resolvi não fazer um vídeo, fiquei com medo de me enrolar e não conseguir expressar tudo que eu sinto então resolvi escrever este texto para vocês, com calma e com várias edições ao longo do caminho.
Uma coisa eu posso falar (com o peito cheio de orgulho): eu sou muito mais produtiva agora que sou mãe do que eu era antes. Eu consigo focar no trabalho e saber que preciso deste foco e atenção já que não quero trabalhar e perder horas precisas com meus pequenos quando chegar em casa. A idéia de “quanto menos tempo eu tenho mais coisas eu consigo fazer” fecha perfeitamente comigo e é maravilhoso saber que meus dias são recheados de muito trabalho e atenção mas também de um amor sem igual, de beijos e abraços e chamados de “mamãe” que eu sempre sonhei, e de uma vontade louca de ser melhor para dar melhores oportunidades para meus filhos e para deixá-los orgulhosos do que a mãe deles faz para o mundo.
A maternidade não me exigiu renúncias, me completou. A maternidade não foi algo que me faz pensar no meu passado ou em como eu era com saudade; muito pelo contrário: ela me faz olhar para frente e ver o quão especial meus próximos anos serão ao lado dos meus filhos. Infelizmente (ou felizmente) eu não consigo comparar quem eu era e quem eu me tornei e só consigo pensar no agora, na felicidade que ser mãe me traz e nos anos que teremos pela frente e nos momentos incríveis que iremos viver juntos.
Como sempre eu vou adorar saber o que vcs acham das minhas idéias e não deixem de conferir também o que as outras participantes do projeto tem a dizer sobre o assunto.
Adriane (Ottawa) | Like a New Home
Carol (Vancouver) | Fala Maluca
Carol (Mississauga) | Minha Neve e Cia
Livi (Toronto) | Baianos no Pólo Norte
Mari (Calgary) | De Bem Com a Vida
Gaby,compartilho dos mesmos sentimentos!!! Seu texto me emocionou.Também perdi um bebê antes de ter minha filha, e não sei como foi com você mas eu além do bebê fiquei entre a vida e a morte. Fui desacreditada de ter filhos, e uma semana antes de realizar um procedimento cirúrgico, descobri que estava grávida. Detalhe eu tinha adiado esse procedimento por ter uma viagem, e como não acredito em coincidências, sei que essa viagem aconteceu para que eu tivesse tempo de descobrir a gravidez, caso contrário, se tivesse sido operada , provavelmente perderia o bebê. Todas as noites pedia a Deus pra conseguir ser mãe. Só que teve dificuldades entende. Hoje minha vida mudou, a dinâmica da casa mudou, mas como vc disse , não nos sentimos incompletos, apenas temos novos desafios e um aprendizado novo a cada dia. Sim, quase nunca faço a unha mais, saio pra comprar roupas pra mim e volto com várias sacolas de coisas pra minha filha e nada pra mim. O certo mesmo é que meu foco, minha prioridade é minha filha, e é por ela que saio de casa todas as manhãs pra que ela tenha um futuro tranquilo, que tenha todo o conforto e tudo mais que eu possa oferecer. Nossos programas também mudaram, e agora acho que são até mais divertidos, ver a pequena descobrir o mundo é tão novo, tão incrível que nos preenche e completa!!!Ser mãe é incrível!!! Agradeço muito pela oportunidade de ter a nossa pequena!!! Bjs
Obrigada por compartilhar sua história Raquel e feliz que no fim deu tudo certo!
Lindo texto Gaby!
Ser mãe é deixar pra trás uma vida organizada e previsível por uma vida repleta de surpresas e aventuras
Obrigada!
Muito bom Gaby! Eu entendo o que vc quiz dizer. E como eh bom poder se sentir mais completa ne? Bjao pra tu
Sim muito! E eu me emocionei com seu video e adorei Oliver quietinho e bem comportado no fundo. Ele é um amor de menino! Beijos