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Beijo, beijo e mais outro beijo: não aqui no Canadá

Eu sou uma pessoa muito física e espontânea e gosto de contato, de dar abraço, beijo e aperto de mão quando estou com aqueles que conheço e mesmo quando estou conhecendo alguém não gosto de dar um oi seco de longe. Sou do sul do Brasil, e lá as pessoas costumam dar 3 beijos na hora de cumprimentar um conhecido ou ser apresentado a um desconhecido (isso mesmo: um beijo, outro beijo e mais outro beijo), geralmente seguido de abraço ou junto com um aperto de mão. Esta cultura de 3 beijos não é comum em todo o Brasil e várias vezes em São Paulo as pessoas não entendiam de onde vinha o terceiro beijo. Obviamente esta cultura também não é comum aqui no Canadá (nem 2 nem nenhum beijo) e eu passei um sufoco quando cheguei no Canadá – e até hoje passo – pois não sei muito como reagir ao cumprimentar quando estou em grupos de colegas e amigos canadenses, seja em grupos formais ou informais.

Oi_de_longe Lembro bem que quando conheci meu chefe pela primeira vez, em 2009, eu andava pela rua na direção do hospital e mentalmente pensava “Gabriela, você não precisa ser espontânea, e não precisa dar 3 beijinhos. Espere o cumprimento dele”. Mas obviamente na empolgação eu não resisti: ele estendeu a mão e eu de quebra dei 3 beijinhos. Estava tão feliz e tão grata pela oportunidade e apoio que queria mostrar toda minha felicidade sabe? Bom, vocês até podem saber mas tenho certeza que ele não entendeu nada. Depois quando ele foi para o Brasil para minha banca de Mestrado ele viu que não era somente eu, porque lá ele ganhou muitos beijos e abraços, de todas as pessoas que eu o apresentava – e não foram poucas. Eu cheguei a comentar algo do tipo “aqui no Brasil é comum este contato físico” e ele não falou nada e sorriu. Hoje ele já se acostumou, mas eu noto que muitas vezes mantém uma certa distância de mim propositalmente, para evitar abraços e beijos inesperados.

Em grupos de amigos eu também noto esta certa distância. Muitas das minhas amigas Canadenses não querem esperam um abraço e ficam super constrangidas com os beijos. Algumas delas já colocam a mão na frente para que role apenas um aperto de mão, sempre seguido de álcool gel. E gente, não quero generalizar pois tenho alguns amigos Canadenses que aceitam os abraços e até beijos, mas posso dizer que estes são raros.

O que eu aprendi? Nestes 5 anos de Canadá eu espero sempre a outra pessoa tomar a iniciativa, e se ela quiser dar oi sem me tocar eu aceito, se quiser dar somente a mão para um aperto de mãos eu aceito, se quiser dar um abraço eu aceito, e até se quiser dar um beijo (suuuuper difícil) eu aceito. Já me adaptei a estes hábitos locais, mas ainda sinto falta daquele papo mais de perto, rindo e batendo nas costas do amigo, sabe? Algo que a gente só tem com Brasileiros mesmo. Muitos podem dizer que os Canadenses são frios, mas acho que é cultura mesmo, e eles interagem diferente, só isso.

E você? Já notou esta “distância” dos Canadenses? Tem alguma história para contar? Deixe um recadinho aqui e vou adorar ler suas histórias.

28 comentários em “Beijo, beijo e mais outro beijo: não aqui no Canadá”

  1. Ai, isso para mim é bem estranho!! Adoro abraçar, beijar etc..
    hahaha
    Mas além do cumprimento, você já sentiu ”frieza” neles?
    beijos

    1. Não Rhay, acho eles bem receptivos e é isso que deixa mais estranho (pois os Canadenses que conheço e convivo são super legais, mas ao mesmo tempo mantém uma certa distância sabe… é difícil de explicar). Beijos

  2. eu morei em BC e realmente as pessoas não estão acostumados ao nosso jeito, mas até gostavam quando eu os beijava. eu costumava fazer isso sempre que me despedia de dois senhores que conheci na igreja e um colega canadense sempre observava aquilo até que um dia ele passou a me beijar sempre que nos despedíamos. lembro que eu vivia meio carente deste tipo de afeto (nunca imaginei, mas esse calor humano faz falta) e um dia uma senhorinha na igreja me perguntou se podia me dar um abraço e eu só consegui dizer “pleeease, hug me” haha.
    xx

  3. Pois é…

    Fiz um estágio em Sherbrooke (cidadezinha universitária a uma hora e meia de Montréal) de três meses. Ao final do estágio, por eu ter aprendido tanto lá (as pessoas me ajudaram pra caramba porque eu não falava quase nada de francês e eles, menos ainda de inglês), pensei que a despedida seria um pouco mais “calorosa”.

    Minha coordenadora me deu todo o suporte e na hora que eu fui dar o tchau definitivo para ela, ela simplesmente me estendeu a mão, meio que apressada, para evitar qualquer outro tipo de contato.
    Eu fiquei na hora um pouco “em choque”, pois apesar de já acostumado com isso por ter morado em Toronto durante 8 meses, eu provavelmente nunca mais a verei.

    Na mesma época, com uma professora minha de francês, eu simplesmente havia esquecido a distância e acabei dando um abraço nela. Percebi que aquele foi um momento estranho mas ao mesmo interessante. Ela soltou um: “Ahh, é assim que as pessoas se cumprimentam no Brasil”. Pode ser uma percepção errada, mas eu senti um pouco na voz dela, que ela concordava que este tipo de contato está em falta no Canadá.

    Eu acho isso (apertos de mão a distância, mesmo convivendo bastante com alguém) um pouco triste mas entendo que são diferenças culturais. E é engraçado que pensamos que eles são frios com os familiares também, mas todas as familias que conheci e convivi, foram extremamente amorosas. Me surpreendia as vezes um “eu te amo” entre eles, mas era normal (e eu também ganhei minha cota, principalmente do Chase, um menininho de 5 anos que me beijava e falava “I miss you Rafaiiiiel”).

    Tomara que um dia, esse hábito bacana nos brasileiros, possa “pegar” em mais e mais pessoas, mundo afora.

    1. Legal sua história Rafael…. e te entendo perfeitamente. Eu também tive experiências dessas de me despedir e a pessoa dar um tchau bem seco, e eu toda sentimental, tipo “vou morrer de saudades”. Tomara que este hábito mude mesmo… Obrigada pelo comentário

  4. Gente, e quando são muçulmanos? O que é bastante comum por aqui! Já me peguei quase abraçando/beijando um colega muçulmano da faculdade e também conversando com outro colega muçulmano no metrô me peguei dando um toque (juro que leve) na perna dele! Fiquei super constrangida pensando que eles não devem encarar isso muito bem. Enfim, deixei passar como se não fosse nada. Acho que quem conhece um pouco da cultura e personalidade brasileira meio que espera isso da gente. E no final, acho que eles acham bem bonitinho rsrsrs! Bjs!

  5. Nossa, te entendo. Quando terminei meu estagio, o pessoal foi almoçar comigo e na hora de ir embora eu abracei um a um, comecei pelo meu chefe direto que ficou todo sem jeito e vermelho, aquele climao de mal estar, mas fingi que nao vi e continuei abraçando os outros e falei que na minha terra era assim, era meu jeito de demonstrar gratidao por ter passado aquele tempo agradavel com eles. rsrs
    bjo

  6. Aqui onde eu moro, no interior de BC os Canadenses gostam de um abraço, lógico que não em qualquer um, só entre amigos. Principalmente se faz algum tempo que você não vê a pessoa, eles já chegam abraçando, por exemplo, quando voce retorna das ferias de verão. Mas nada de beijo, isso é realmente muito estranho pra eles. Mas no geral, todos são muito amigáveis.

  7. Ahaha!!Seu chefe deve ter pensado que estava a ser assediado.
    Eu ainda estou em Portugal, mas o meu professor de inglês no British Council é Canadiano, um outro é dos USA,Texas, e são ambos bem estranhos. Um dia num jantar de grupo cheguei e nos cumprimentamos todos com os beijinhos (nós alunos e alguns professores portugueses e Ingleses já acostumados) e zau, dois beijos também em cada um desses meus professores (normal para nós latinos, muito embora até ache que nós portugueses sejamos talvês os latinos menos dados a tanto beijo e abraço,etc…), conclusão: fiz os meus professores corar, dois senhores com 50 anos de idade. Eu até fiquei me sentindo mal, hoje compreendo que não são dados a essas proximidades 🙂

  8. Oi Gabi, as vezes nao sei ainda como cumprimentar. Por exemplo na minha escola em dia de graduacao…final do level sabe se dou a mao ? se ficar bem eu beijar a teacher…..dia de aniversario fe colegas de sala de aula nao sei se dou a mao se apenas felicito kkkk. Fico mto perdida de como reagir com isso. A minha professora aqui é iraniana e gostei do jeito dela….brincalhona e otima prof. A segunda teacher uma portuguesa q ta aqui a 40 anos. Essa me identifiquei muito e excelente teacher….mas nao fuginfo do assunto. É mto diferente mesmo e como tb sou do sul alias somos da mesma cidade somos acostumadas com os 3 beijinhos rs. Minha aula ja comecou mas vou só semana q vem pois estou com visitas em casa. Mas na volta a escola tentarei ser bem na minha ao cumprimentar os amigos e prof.
    bjo
    Grasi

  9. Gaby, hoje mesmo dei mancada :/
    Passei por trás da minha chefe, e como ela estava distraída, encostei nas costas dela para ela me ver e dei bom dia. No mesmo segundo pensei: “Fiz besteira! Agora foi!”
    :/

  10. Ja fiquei totalmente no vácuo propositalmente por um amigo de um amigo, que estava com a namorada e não quis me cumprimentar. Normalmente dou um beijo ou um abraço. Nesse caso achei completamente ridiculo porque ele foi mal educado, mesmo depois de eu ter cumprimentado a namorada dele que falou comigo normalmente. Enfim, algo que não combina em nada comigo.

  11. Aii Gaby! Eu costumava ser bem atrapalhada com isso…
    Agora, com pessoas não tão próximas, eu espero se manifestarem ou estico a mão primeiro e se a pessoa vir na minha direção, dou um abraço e ok! Acho mais fácil kkk

    Só as amigas que não né, daí a gente sai abraçando e geralmente gritando como um bando de passarinhos junto kkkkkkkkkkkk

    Acho que dar a mão ou aquele “oi coletivo” – pra quando tem muitas pessoas – super prático e não deixa de ser educado (:

  12. Já passei muito por isso! A gente Se empolga e abraça, beija, depois fica super sem Graça kkk uma Vez eu fui abraçar uma colega da turma do inglês (Japonesa), porque fiquei muito comovida com algo que ela havia me contato, quando percebi que estava quase abraçando eu parei e pedi desulpas! Falei que era assim que tratávamos nossos amigos no Brasil. Ai ela disse “sem problemas, MAriana” e meio que me deu abertura pro abraço… Pronto, abracei Bem forte e beijei a cabeça dela! Kkk ela ficou toda emocionada e Passou a me cumprimentar Sempre com abraço (com o rosto meio distante Mas ja é MUITA coisa). Assim vamos deixando um pouquinho do Brasil por aqui! Uns gostam, outros Não.. Faz parte! É um Afeto que faz falta! Mais de dar do que de receber!

  13. Por aqui também percebo esta diferença. Já aconteceu umas duas vezes de eu ser apresentado a alguém e a pessoa me estender a mão e já dizer que havia acabado de lavá-la. Hoje já estou bem acostumado com esta distância, mas até com o aperto de mão fico receoso quando conheço alguém.
    Percebo também que quando a gente chega em algum lugar e eles estão em meio a alguma conversa, muitas vezes eles não interrompem para te cumprimentar. No começo achei que fosse algo pessoal, mas com o tempo fui percebendo que é mesmo um hábito.
    Fora isso, são extremamente simpáticos, portanto, essa questão de cumprimento, prefiro deixar em segundo plano.

  14. Mas daí depende muito de que parte do Canadá você está falando, hehehe… Aqui no Québec o povo se cumprimenta à là francesa: você segura no ombro da pessoa e dá dois beijinhos começando sempre pelo lado esquerdo. 😉

  15. Oi Gaby,
    Aqui em Montréal ao final do curso de francês todos nos despedimos com 3 beijinhos, partiu do professor que cumprimentou à todos dessa maneira (homens e mulheres). Na festa de final de ano da empresa houve a despedida para a saída de férias, e os 3 beijinhos se repetiram. Única coisa é que eles começam do lado contrário do que nós gaúchos. Como o Canadá é um país enorme e diverso como o Brasil, acho legal não generalizar. 🙂 beijos, Ana

  16. Não teria problema com isso, porem aqui em Manaus as pessoas se comprimentam ou são apresentadas com os dois beijinhos, desde criança nunca gostei, e até hoje eu dou somente o aperto de mão, porem quando não da para fujir fico super sem graça após, mais na maioria estendo logo a mão para evita, somente amigos muito proximo e logico meus familiares e ainda sim fico sem jeito, é neura da minha cabeça….

  17. Hey Gaby, My name is also Gaby (Gabrielle). I just started learning Portuguese and am interested in practicing with someone in an informal setting such as a coffee shop. If you know anyone in Toronto who may be interested, let me know.

  18. Oi. Sou a Sara, moro no Brasil ainda. Mas penso muito em ir morar no Canadá..
    Atualmente estou conversando com um Canadense de Barrie, conversamos mais pelo Instagram.. Sinto que até pela mensagem ele é frio, não fala muito. Mas fala que tem sentimentos por mim, que sente minha falta e que até me ama. Ele é fofo em parte. Queria saber mais sobre o Canadá, principalmente do Barrie. Obrigada! Beijos

  19. Olá sou Andréa e moro no Brasil. Atualmente conheci um homen por nome de Theodore Samuel em um site de relacionamento cristão, alguns dias depois que saí do site esse homem entra em contato comigo pelo e-mail e todas as manhãs me passa um e-mail com interesse em namoro, já me deu alguns detalhes da sua vida, trabalho etc. Em fim… Já me passou até contato de WhatsApp. Falou que é engenheiro, mora em Winnipeg tem 57 anos e quer um relacionamento sério e é viúvo. Fui fazer uma busca e nada de encontrar esse homem… Ele me mandou várias fotos. Alguma dica de vocês pra saber se esse homem não está com perfil falso? Eu não acho nada relacionado a ele

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