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Sobre ser mãe

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Hoje eu resolvi abrir meu coração aqui no blog e falar um pouco sobre as maravilhas e os desafios de ser mãe. Se você me acompanha por aqui há algum tempo sabe que tive um longo caminho para me tornar mãe (contei sobre isso aqui e aqui). Em resumo foram 4 anos de uma longa espera para que eu tivesse meu bebê em meus braços. Confesso que somente atualmente – já com o Thomas com 9 meses de vida – é que “caiu a ficha” que eu sou mãe e que minha vida não é mais controlada, organizada e previsível. Tudo é novo, intenso e muito especial. Meu coração é outro: cheio de alegria e fé, além de um tipo de amor que eu nunca imaginei que iria sentir, daqueles doloridos que te fazem perder o fôlego e ficar emocionada sabe? Pois é assim o amor que sinto pelo meu tão sonhado e aguardado filho.

Quando estava grávida eu não pensava em como a maternidade seria desafiadora, como eu dormiria pouco, como tudo que eu tinha como certo e organizado na vida iria mudar. As pessoas até falavam coisas do tipo “aproveite para dormir agora” e “curta a casa arrumada porque depois tudo vai mudar”. Enquanto grávida eu estava apenas focada em ter meu bebê saudável e em ser mãe. Eu não tinha espaço na minha cabeça para outras preocupações e outros pensamentos: era só eu, minha saúde e a do meu bebê. Ai o Thomas nasceu e no começo foi aquele susto pois nós não estávamos preparados para o desafio de ter um bebê: a amamentação, os choros sem motivo aparente, as trocas de fraldas seguidas, as noites em claro… Eu não tinha lido quase nada sobre o pós-parto e foram semanas/meses de muita apreensão mas também de muito aprendizado. A medida que nosso bebê foi crescendo nós fomos mudando como família, eu fui me transformando em uma mãe e descobrindo uma nova vida: mais sossegada, mais bagunçada, menos organizada, menos previsível, mais cansada e com muito mais amor.

Eu posso dizer que tenho muita sorte pois o Thomas é um bebê muito bom: não teve cólicas, come bem, dorme bem e adapta-se fácil a todas as mudanças. Mesmo assim eu ainda estou me adaptando à vida com ele, já que a dinâmica dos meus dias mudaram. Hoje eu acordo quando meu bebê acorda, como quando ele está dormindo, vou ao banheiro quando tenho certeza que ele está bem, tenho um tempo para mim quando ele deixa e adapto meus dias e minhas atividades às suas necessidades. Não é fácil, especialmente para alguém que adorava deixar tudo organizado, tinha todo o seu dia calculado e conseguia ser produtiva sempre, não importava o dia ou o mês. E tem também a adaptação do casal: quando você se torna mãe você passa a enxergar seu marido com outros olhos e o amor de vocês cresce de uma maneira diferente. Juntos vocês tem que aprender uma nova dinâmica e crescer como família.

Thomas começa na creche semana que vem – ainda um período de adaptação e eu irei escrever mais sobre isso no blog – e eu vou voltar a trabalhar daqui a menos de 2 meses e agora que sou mãe começo a pensar como será esta nova fase da minha vida: serei produtiva como antes? conseguirei trabalhar e me concentrar? e os dias que costumava trabalhar durante a noite, como farei? e se meu filho estiver precisando de mim: posso largar tudo e ir correndo pegá-lo no daycare? São tantas perguntas, tanta incerteza. Eu quero muito voltar ao trabalho – gosto de ser produtiva, gosto de trabalhar, gosto de ter a cabeça ocupada -, mas ao mesmo tempo eu sei que vou sentir muita falta desta fase com o Thomas, a fase que meu colo resolve todos os problemas, que nós passamos a tarde juntinhos sem pressa e horário para nada, que sem palavras a gente consegue se entender.

Hoje eu sei o significado de ser mãe – que é muito mais do que estar grávida e parir o bebê: ser mãe é doar-se por completo em função do amor. E não é qualquer tipo de amor não, é aquele amor dolorido que citei acima. E eu posso dizer que hoje me sinto muito feliz e completa, acho que realmente esta doação e este amor eram coisas que faltavam na minha vida.

A foto que ilustra este post foi batida pela minha amiga e fotógrafa Licaflor. Mais informações sobre o trabalho dela – incluindo contato para agendar books em Toronto – você encontra aqui.

19 comentários em “Sobre ser mãe”

  1. Coisa mais linda Gaby! Acompanhei seu caminho para ser mãe e sua trajetória com Thomas e gostaria só de dizer que: vocês estão de parabéns! Sei que não foi fácil, não consigo nem imaginar como foi desafiador, mas você mostrou que é possível e é recompensante, sim!
    Ironicamente, nossos futuros filhos são o maior motivo de eu e marido querermos mudar para o Canadá mas ao mesmo tempo são nosso maior medo: saberemos cuidar deles sem apoio da família? Uma vez que formos eu e ele aí saberemos lidar com os desafios da m(p)aternidade e evoluir como casal? Enfim, gostaria de agradecer ppr demonstrar que é possível. Desafiador, mas possível. 😀

    1. É difícil cuidar dos filhos sem o apoio da família, mas a gente dá um jeito e, quer saber, a gente fica bem mais próximo deles (digo, eu e meu marido). É possível sim é extremamente gratificante. Beijos

  2. Quanto amor nesse post! Fica calma que voltar a trabalhar vai ser tudo de bom! É bom para ele entender e ter orgulhoda mãe batalhadora que se vira pra dar conta de tudo. Vai por mim, vcvai criar um filho mais independente e mais seguro. Não será fácil e terá dias que vc vai chorar escondidinho… Mas no fim das contas o que vale é o seu filho saber que o seu colo estará disponível sempre! Boa sorte!

  3. Parece que foi ontem que voce estava dividindo suas angustias com suas leitoras… E olha so onde esta hoje. Vivendo coisas tao maravilhosas. Vc merece toda essa felicidade Gaby. Mais mudancas a caminho e tenho certeza que sera uma nova fase cheia de descobertas e adaptacoes. Mas com seu amor pela sua familia, tudo dara certo. Parabens!!! bjs

  4. Olá Gaby, sou sua leitora há algum tempo mas não tinha lido tudo sobre o caminho de pedras que vocês percorreram até finalmente conseguir ter o Thomas. Li todos os posts sobre esse assunto hj e fiquei super emocionada. Parabéns pela força e determinação sua e do seu marido. Que família linda que vcs construíram! Me mudei pro Canada com meu marido e tenho todos os medos do mundo de ter meus filhos longe da família, mas histórias como a sua mostram que tudo é possível. Você é uma inspiração!!!! Beijos

  5. Não moro tão longe assim da minha familia…uma ponte aérea nos separa (Rio x SP). Mas ainda que não seja tão longe o dia a dia mesmo é feito com um plano A (mãe) e um plano B (pai)…. ah e claro, a super creche… essa dá uma mão enorme.
    Isso tudo no final dá certo?? Sim… Cansa?? Muito! Mas criar filhos não tem receita, a gente vai fazendo como acha ser certo, com todo amor e carinho e dentro das nossas possibilidades.
    Vc vai sentir muita saudades desse tempinho com ele sim Gaby…dele bebezinho com a mão gordinha… da banguela… da careca.. porque o tempo passa voando!!! Mas outras fases deliciosas virão. Meu filhote hoje com 3 anos é uma figura, chega da creche cantando musicas, mostrando o que aprendeu, e vc vai vendo que ele está feliz com os amigos e a vida social que ele tem lá e isso te dá uma tranquilidade.
    Todas as fases tem seus encantos, e é uma delicia viver isso tudo 🙂

  6. Amei o post, Gaby! Já te acompanho há algum tempo e seu blog tem me ajudado muito em todos os sentidos! Acabo de completar 1 ano em Toronto e tenho um bebê de 6 meses. Vim grávida para cá (consegui o emprego ainda do Brasil e sim, o empregador sabia que eu estava grávida). As dificuldades foram e são muitas… Meu filhinho nasceu prematuro, ficou no NICU, nós ainda sem carro e eu indo de alta num dia congelante (lembra daquele sábado de fevereiro de sensação de -35oC?). Foram meses de translactação, mas hoje, graças a Deus, meu pequeno está em LM exclusivo. Acho que não importa o quanto nos preparemos, sempre haverá desafios na maternidade! E em breve ainda terei o desafio da recolocação no mercado… Mas então percebemos o quanto nosso amor pelos nossos pequenos nos faz ainda mais fortes! Muito obrigada pela ajuda que você, mesmo sem saber, dá a cada um de nós!! O Thomas está lindo!!

  7. Boa tarde Gaby, tudo bem? Queria ver com você se já pesquisou sobre a melhor idade para ser mãe aí no Canadá. Sei que aqui no Brasil a idade ideal para ter o primeiro é até os 35 anos, depois disso dos 35 aos 40 anos cai para 60% as chances de engravidar. Teria essa informação para me passar?
    Obrigada!!

    1. Ola! Acho que esta informação é baseada no indivíduo e não no país que vc quer engravidar. No geral após os 35 anos as chances de engravidar podem ser reduzidas, assim como as chances da criança ter algumas síndromes. Mas depende muito da mulher.

  8. Lindo post e muito bem escrito como todos os outros. Adoro seu blog Gaby, te acompanho a um tempo por aqui e em todos as redes sociais =) Gostaria de te perguntar uma coisa, eu e meu marido estamos imigrando para o Canadá ainda este ano se tudo continuar correndo bem e já tenho sofrido antecipadamente por conta da família que deixarei para trás. Minha família é grande e muito unida, hoje em dia só me falam duas coisas: ” quando chega o bebê? ” e outra é “você não pode ir, e quando você tiver filhos, eles não terão avós e tias presente e isso é um absurdo!”
    Minha pergunta pra você é: Como você e seu marido lidaram e lidam com isso até hoje ? Como que é o relacionamento a distância do Thomas com os avós? Me desculpe se estiver sendo indelicada, me identifico em algumas coisas com você e gostaria de saber como tem sido para vocês lidar com a saudades e distância da família. beijos Bia

    1. Ola Bianca. Obrigada pelo seu comentário e pelo carinho. É difícil responder sua pergunta mas eu acho que vc e seu marido devem buscar um lugar que faz vcs bem e felizes, em todos os aspectos. Meus pais vem 2-3 vezes por ano e curtem o neto intensamente quando estão aqui. Ele ama eles e sempre falamos sobre eles. A vida é corrida e não dá para se ver sempre, mas quando nos encontramos é muito especial. Eu nunca tive este problema porque eu sempre fui muito feliz aqui, então era normal querer ter meus filhos aqui tbem. Nem sei se respondi a sua pergunta mas acho que se vc estiver bem todos vão aceitar e seu filho vai estar feliz e acostumado com o que for acontecer. Beijos

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