Delfos e Arachova, Grécia

No retorno de Meteora a Atenas fizemos um “short cut” (nem tão short assim) e fomos visitar Delfos. Diz a lenda que a localização de Delfos (Delphi) foi determinada por Zeus, que mandou duas águias voarem em sentidos opostos (uma para o leste e outra para o oeste) e elas se encontraram no “centro da terra”, ou seja, Delfos. Para mim Delfos está mais para “fim do mundo”: SUPER longe e SUPER alto…subimos, subimos (ai de repente surgia uma cidadezinha e nos animávamos mas não era nada – veja foto abaixo), subimos, subimos e só depois de subir mais um pouco é que chegamos. O sítio arqueológico – que é considerado patrimônio mundial pela UNESCO – é realmente lindo e fiquei impressionada como eles conseguiram criar toda aquela estrutura num lugar tão afastado.

Delfos foi criada aproximadamente 500 AC e o local ficou conhecido por ser a sede dos Jogos Píticos (precursor dos jogos olímpicos modernos) e de um oráculo (o oráculo de Delfos). Há várias histórias relacionadas ao oráculo; por exemplo, foi ele que disse que Sócrates era o mais sábio dos gregos. Os ciúmes de outros levaram então Sócrates ao julgamento e a narrativa desse julgamento, feita por Platão, na “Apologia de Sócrates”, legou para a humanidade o seu primeiro grande tratado de ética. Este é um dos vários exemplos do grande valor religioso, místico, sagrado e histórico de Delfos.

Foi somente em 1860 que o sítio arqueológico foi explorado pelos alemães e os tesouros começaram a ser descobertos (ou seria roubados). No museu de Delfos todos os tesouros achados (e não saqueados) estão expostos, além de fotos de como eles estavam distribuídos nas ruínas. Vale dizer que o museu deve ser visitado e eu fiquei apaixonada por ele: muita história e muita, muita riqueza. O museu (reformado para as Olimpíadas de 2004, como tudo na Grécia) fica aberto todos os dias das 9am às 4pm e a visita ao museu + sítio arqueológico custa €9. Maiores informações sobre o museu aqui.

Lembra que eu escrevi acima que subimos muito? Pois bem, Delfos fica localizado num planalto no alto do Monte Parnassus e parece que os gregos que a construíram gostavam de degraus. Para visitar o sítio arqueológico prepare-se para subir e andar. Estava super calor mas tinha um vento gostoso (assim como em toda a Grécia) e há vários locais para você descansar. Ah, uma dica valiosa é que você leve água porque vai precisar.

Não desanime e suba até o estádio aonde realizavam-se competições de atletismo. Para chegar lá você passa pelo templo de Apolo, pela Ágora Romana (super conservada), pelo anfiteatro (meu preferido) e outros edifícios. Tudo muito bem conservado e impressionante.

Saimos de Delfos as 5pm acabados e loucos por um banho e cama. A cidade de Delfos é bem pequena e resolvemos seguir para a próxima cidade – Arachova – que fica a 35 minutos de lá.

Arachova – que é conhecida pelas estações de ski – fica localizada a 968 metros de altura e possui 4000 habitantes. A estrada que vai e volta de Delfos para Atenas passa por dentro de Arachova e a cidade pareceu ser charmosa. Paramos para conferirmos e decidir se iríamos dormir por lá. Porém a cidade estava completamente vazia. Achamos muito estranho e quando encontramos alguém que falava inglês descobrimos que o gregos também fazem siesta (achei que só os espanhóis). Lá por umas 6:30-7pm a cidade foi ganhando vida (literalmente) e ai escolhemos um hotel e ficamos por lá. Valeu!

Dica da Gaby: pegamos um hotel com vista para as montanhas e com uma balcony enooooorme, mas estávamos tão cansados que nem curtimos. A única foto que batemos do hotel foi esta que estou postando (meu cansaço e sono não me deixaram bater uma melhor). Demoramos 1 hora para achar algum hotel aberto (isso que viajamos em setembro). Se você pretende dormir em Arachova sugiro que reservem o hotel antes.

Dica do Ju: lá fomos nós cair de novo no conto da “praça da cidade”. Assim como em Meteora comemos super bem e por um preço ótimo.