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Desesperadamente determinada

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Eu sou uma pessoa extremamente (ou seria desesperadamente) determinada, ou em outras palavras de uma maneira quase que doentia quero fazer tudo que está ou não ao meu alcance, e esta semana tive três provas disso.

Vamos aos fatos:

1. Mandei um email para o departamento de ensino da universidade perguntando sobre como aprimorar minhas skills de professora e se alguém poderia conversar comigo para eu tirar algumas duvidas. Quando comecei meu PhD em 2010 eu tinha a opção de fazer um curso “dar aula”. Poderia ser com duração de 1 ano – chamado de fundamental – ou um de 2 anos – chamado de avançado, ou não fazer nada (o que a maioria dos meus colegas acabam optando, já que a vida de doutorando é bastante movimentada e este é um curso optativo). Fiz o avançado pois, como descrevi anteriormente, sou desesperada para fazer tudo e pensei: “estou escolhendo o caminho mais difícil, que deve ser o melhor”. Eis que na resposta do meu email a consultora pesquisou meus dados e me indicou fazer o tal curso fundamental (sim, aquele que eu não fiz porque peguei o caminho mais difícil). Sua justificativa é que os dois cursos – o fundamental e o avançado – são diferentes e eu poderia me beneficiar com os workshops do mais simples. O que eu fiz? Lá fui eu me registrar (eu simplesmente não consigo dizer não) e pelos próximos 2-3 meses terei vários tutoriais sobre diversos assuntos voltados para a área de ensino.

2. Recebi a revisão de um dos artigos referentes a primeira parte da minha dissertação que mandei para uma revista cientifica e o editor resolveu consultar um estatístico que veio com varias perguntas difíceis. Mandei suas perguntas para os co-autores. Meu orientador sugeriu que eu contratasse uma estatística para responder as perguntas. Um doa outros co-autores do artigo sugeriu – e indicou com link e telefone – que eu fizesse um curso de estatística voltado para as tais questões e para eu estar ciente do que o estatístico contratado iria falar. O que eu fiz? (Adivinhem?!) Cliquei no tal link e me inscrevi para o tal curso, o meu terceiro de estatística aqui em Toronto.

3. No segundo ano do meu Doutorado eu descobri que poderia fazer umas disciplinas na Faculdade de Medicina e ganhar um diploma de lá, que seria extremamente útil para lecionar disciplinas como fisiologia, por exemplo. Se você leu os dois pontos acima ou se me conhece um pouco sabe que eu disse sim, me inscrevi, fiz a entrevista e entrei no tal programa (isso em 2011). Ano passado em Janeiro eu fiz o segundo curso – o pior, ou mais difícil curso da minha vida. Era sobre hormônios do sistema cardiovascular mas o que mais deixou o tal curso difícil foi a professora, pouco sociável e nada flexível. Foi um semestre complicado que eu queria que acabasse logo. Em uma das aulas a professora mandou um email dizendo que não poderia ir e ia mandar um outro professor no lugar. Imaginem minha felicidade! Quando o tal professor chega, ele é mais grosso e menos (quase nada) sociável – deve ser regra do departamento ser assim, só pode. Eu jurei pra mim mesma que não iria passar por aquilo novamente. Mas, eu quero muito o tal certificado e não resisti (sim, esta é a palavra, resistência que, no meu caso, é baixa) e me matriculei em outro curso. Pensei que eu poderia ter mais sorte desta vez. A primeira aula foi sexta passada e, adivinhem, o tal professor quase nada sociável é o responsável pela disciplina. Eu até pensei em desistir desta aula, de deixar pra lá mesmo, mas sei que isso iria me fazer mal, pois não é da minha natureza.

O motivo de estar escrevendo sobre isso aqui no blog é que eu sinto que para conquistarmos algo que queremos temos sim que sermos extremamente determinados, passar bem longe da nossa zona de conforto, não relaxar nenhum momento e fazer tudo aquilo que está ao seu alcance. Entenderam agora um pouco da minha natureza e o que me faz buscar sempre mais, querer sempre o melhor? Claro que às vezes eu sinto que este não é o melhor caminho – que eu deveria relaxar mais e que eu não preciso de um CV de 40 páginas -, mas ao mesmo tempo eu sempre dei conta de tudo, sempre consegui unir minha determinação com minha “vida” e por enquanto está tudo dando certo. Obstáculos existem e fico feliz por isso, pois são elas que tornam a nossa vida tão especial, não é mesmo? Torçam por mim e eu manterei vocês informados sobre meu início de ano, digamos, tumultuado.

17 comentários em “Desesperadamente determinada”

  1. Amiga querida! Parabéns pela sua determinação e excelência em tudo o que faz! Que Deus, o Senhor da sabedoria, continue abençoando o seu caminho na universidade e também fora do âmbito acadêmico!!! 😉 bjooo

  2. Oi Gaby!! Adorei o post!! Eu acho que isso é um “problema” em quem ama muito essa “vida” poiss eu também nao sei dizer não e também quero me inscrever em tudo.. difícil.. kkkk Como sempre vou torcer muito por você e para o Juliano 😉 esses maridos/noivos sempre nos ajudando nos auges que chegamos ehehhe Sempre que precisar..ja sabes que podes contar cmg mesmo de longe.. beijao!!

  3. Gaby,

    Hoje mesmo estava lendo um artigo no jornal sobre “Tomar Decisão”, que vem ao encontro do post.
    Sabemos do seu potencial.
    Bjs. Pai

    Se não quiser adoecer – “Tome decisão”

    “A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A
    indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é
    feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder
    vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de
    doenças nervosas, gástricas e problemas de pele”.

  4. Hoje achei se blog por acaso (sabe quando vc vai lendo um blog e termina em outro que vc nunca viu antes?) Bem interessante seu texto, meu marido acabou de fazer o mestrado dele na Univ de Ottawa e eu sei que por ele jah continuava com o doutorado hehehe
    Vou continuar acompanhando seu blog 🙂
    Eu nao tenho mais o meu blog mas criei uma pagina no facebook substituindo, passa lah pra nos conhecer (tb temos uma cadelinha Neve uma mini schnauzer branca): facebook.com/MinhaNeve
    Ate…

  5. Oi Gaby!

    Admiro sua coragem, atitude e força de vontade. Acho q qquer coisa em excesso não é bom, mas se tudo isso que vc faz não está atrapalhando sua vida, seu casamento, sua diversão, então é sinal que `you can handle it´! Li seu texto e lembrei das vezes q vc me ajudou qdo tava me mudando pra Toronto e tb agora já morando, e fiquei pensando se poderia retribuir suas ajudas. Acho q vc está mto bem e sabe se virar, mas só queria deixar o recado q se precisar de livros ou qquer coisa do tipo q te ajudem nessa parte dos hormônios cardiovasculares, ficaria feliz em te mandar alguma coisa. Como te disse, meu marido é Fellow na Cirurgia Cardíaca do Toronto General, e nem te contei mas eu tbém sou médica. Enfim, aqui em casa tem mto sobre coração, rss. Se precisar, estamos aqui!

  6. Adorei o post e realmente determinação é uma palavra que tem tudo a ver com você. Adorei também o comentário do Cururu aqui em cima, faz 100% sentido. É isso aí, essa é a hora de crescer e aprender!
    E falando no tópico 1, nas questões de ensino, bem-vinda ao time! hehehe Quando você lê e aprende fica maravilhada com tudo, mas na prática nem tudo são flores. É uma área bem prática mesmo, a teoria te ensina bastante e te dá embasamento (e, no Brasil, te dá coragem), mas o que realmente te dá experiência é a prática.
    No Brasil e na área escolar (e de Português) o buraco é mais embaixo, claro, mas o ensino e as teorias são muito parecidas no mundo todo. Não há aprendizagem maior e melhor que uma sala de aula pode nos oferecer. Foi isso que aprendi nos últimos 6 anos estudando tanto acerca do ensino. Mas te conhecendo bem sei que vais amar!
    Beijão

  7. Pingback: A minha casa (fria e congelada) está aonde está aquilo que importa pra mim. |

  8. Oiee. lembra que eu te pedi uma opiniao no começo do mes passado? Entao esta tudo correndo por aqui… e eu decidi ficar no Canada os 6 meses (na vdd 5 meses e 3 semanas) =) E hj bateu uma enorme sdd de todos, e princilpalmente meu namorado, pq fiquei meio triste por coisas q aconteceram, e por eu nao ter melhorado em coisas q eu achava q jah era pra mim estar melhor. mas cm ctza ate junho eu estou melhor, em escrever redaçoes e na pronuncia! Bem, como eu estava para baixo, resolvi vim no seu blog, pq sempre acho coisas legais e mensagens para incentivar. Eu admiro mto vc por ser uma pessoa tao determinada e lutar tanto pelas coisas, eu acredito q temos q lutar msmo pelo o q temos, e tudo o q eu estou passando no meu intercambio, so me faz aumentar meus limites e provar pra mim mesma q eu posso fazer o que eu quero!

    Confesso q ainda nao vejo a hora de ir embora, mas primeiro eu so quero ir embora cm a sensaçao de dever cumprido! E por enquanto eu vou aproveitando o Tim hortons e a facilidades de Toronto q eu tanto amo! Desejo felicidades e sucesso para vc e seu marido!

    1. Gisele, obrigada pelo seu recadinho! Vc já é uma vencedora: Toronto não é nada parecido com o Brasil, este inverno foi suuuper frio e ainda por cima vc está longe da família e daqueles que vc ama… eu tenho certeza que vc deve ter aprendido muito e evoluido muito. Fico feliz que o blog e minha história não estejam servindo apenas para dar dicas sobre a cidade, mas também para as pessoas pensarem um pouco sobre suas vidas, o que é importante para elas, sobre as batalhas e desafios que cada um tem. Que bom que sua escolha foi ficar os 6 meses e tenho certeza que quando vc voltar será uma pessoa diferente… eu sempre sou da opinião que o amor espera, ou as pessoas que nos amam irão nos esperar. E certamente eles vão se surpreender o quão forte vc estará quando voltares ao Brasil. Força! E qualquer coisa escreve aqui ou no facebook (page do blog)… Beijos

  9. Pingback: Curso de pós graduação no exterior: minha experiência [Parte 2] | Gaby no Canada

  10. Cada artigo seu me faz acreditar tão especial vc é!!!!
    Sinceramente não são muitos que têm esse perfil!!!
    Continue assim e tenha certa que o lugar mais alto do topo está reservado por ti.
    Como diz o meu pai: Qui veut aller loin , prepare sa monture”

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