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A liberdade de desconectar-se do virtual e conectar-se com o real

Hoje é domingo, dia de viagem, e eu aproveitei para acordar um pouco mais tarde. Meus dois meninos vieram se aconchegar na cama comigo, enquanto o marido estava na cozinha preparando o café da manhã. Um típico domingo perfeito em casa com a família, se não fosse o fato de que eu ainda precisava arrumar as malas. Mas, decidi ignorar essa tarefa por um tempo e me entreguei à conversa com os meninos. Agora com 8 e 6 anos, eles já têm diálogos mais longos, cheios de perguntas inteligentes e várias reflexões. Eles me perguntaram para onde eu ia, e eu expliquei que estava indo para Londres, no Reino Unido, ali pertinho de onde estivemos há alguns meses quando visitamos Paris, na França. Eles pediram para ver fotos de Londres e de Paris – da nossa viagem -, e foi aí que me surpreendi ao perceber que não havia nenhum post no meu Instagram. Nada lá e nada aqui no blog também.

Esse momento de surpresa ao não encontrar nenhuma foto no Instagram me levou a uma reflexão mais profunda sobre como tenho vivido muito offline ultimamente. Nos últimos meses, me dei conta de que tenho estado menos preocupada em compartilhar cada momento nas redes sociais e mais focada em vivê-los plenamente com minha família. Aquele impulso de tirar fotos perfeitas para postar online foi substituído por uma vontade de simplesmente estar presente, sem a pressão de documentar tudo para o mundo ver. E isso tem sido uma mudança tão positiva! Percebi que, ao desconectar, consegui me conectar de forma mais genuína com o que realmente importa: os momentos ao lado das pessoas que amo.

Apesar de eu sempre ter valorizado o blog como um diário, onde registro momentos especiais dos meninos desde que eram pequenos, e onde guardo dicas valiosas de viagens e passeios, essa nova fase de viver mais offline trouxe um sentimento de liberdade. É claro que adoro revisitar posts antigos e relembrar as aventuras que tivemos. Essas memórias são preciosas e, muitas vezes, ajudam a planejar futuras viagens ou a reviver momentos especiais. Mas, ao mesmo tempo, percebo que há uma beleza em não sentir a necessidade de compartilhar tudo. Guardar certas lembranças apenas para nós, como uma família, tem criado um espaço íntimo que não precisa da validação externa.

Nesse mundo tão ocupado, onde tudo parece estar sempre exposto e as comparações são inevitáveis, a liberdade de manter certos momentos só para nós é um verdadeiro tesouro. Não se trata de não compartilhar nada, mas sim de escolher o que realmente queremos que seja público e o que preferimos manter privado. Isso nos dá um senso de controle e preserva a autenticidade das nossas experiências. É um equilíbrio delicado, mas que tem me proporcionado uma paz interior e uma conexão mais profunda com a minha família, permitindo que esses momentos sejam vividos de forma plena e sem distrações.

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