Hoje vou falar um pouco mais sobre a nossa viagem de final de ano, mais especificamente sobre alguns lugares curiosos por onde passamos ou eventos/atividades diferentes que fizemos. Quem acompanha meus textos sabe que eu e o marido não gostamos de explorar lugares muito turísticos – e foi por isso, por exemplo, que ficamos somente algumas horas em Las Vegas (vale falar que nós já conhecemos a cidade, então este também foi um dos motivos que não ficamos por lá). Enfim, o que estou querendo dizer é que visitamos e vimos tantas coisas diferentes que eu resolvi escrever este post com alguns desses lugares.
1. Sedona, Arizona
Passamos por Sedona com o intuito de dormir em um dos vários resorts que recentemente abriram na cidade (infelizmente ela estava lotada, mas pudemos passar por ela e ter a certeza que voltaremos com mais calma e mais planejamento). Situado a cerca de duas horas ao norte de Phoenix, Sedona é o paraíso para amantes da natureza e de caminhadas. Com uma população de um pouco menos de 25.000 habitantes, Sedona é o destino perfeito para uma viagem tranquila e relaxante. A principal atração turística da cidade é sua variedade de formações de arenito vermelho. As formações parecem brilhar em laranja e vermelho quando iluminadas pelo sol nascente ou poente. As rochas vermelhas formam um cenário incrível para muitas atividades, que vão desde caminhadas, trilhas de mountain bike, até passeios de balões.
2. Muro separando os Estados Unidos do México
Eu já tinha ouvido histórias sobre o tal muro que dividia os USA do México mas nunca tinha o visto. Pois bem, um dos trechos da viagem foi de San Diego até Phoenix, passando bem pertinho da divisa entre os dois países e pertinho do muro. E que loucura! O tal muro de segurança teve sua construção iniciada em 1994 com o objetivo de impedir a entrada de imigrantes ilegais, sobretudo mexicanos e centro-americanos procedentes da fronteira sul, em território dos Estados Unidos. Isso porque 96.6% das apreensões pela polícia ocorriam na borda sudoeste dos USA. O muro está localizado em áreas urbanas e desabitadas da fronteira (nos estados do Novo México, Arizona, Califórnia e Texas) onde os números mais concentradas de travessias ilegais e tráfico de drogas foram observadas no passado. As áreas urbanas incluem San Diego (Califórnia) e El Paso (Texas). Até 2008 haviam mais de 550km de muros na divisa entre USA e México. Destaque também para os nomes das cidade, super engraçados (como por exemplo Caléxico, que é a união das palavras Califórnia e México).
3. A cidade (quase) fantasma de Chloride, Arizona
O oeste dos USA é cheio de cidades fantasmas. Algumas delas tornaram-se atrações turísticas (como a Calico Ghost Town) e outras continuaram fantasmas, como é o caso de Chloride. Chloride foi fundada em 1863 e é considerada a mais antiga cidade mineira do estado do Arizona. Lá explorou-se muita prata e você ainda pode ver a mina abandonada. Segundo dados que achei na internet, a população da cidade em 2000 era de 350 habitantes (antigamente a cidade possuía em torno de 100.000). Portanto, apesar de não vermos ninguém na cidade, parece que ela ainda possui 350 habitantes. Você pode visitar esta cidade se estiver fazendo o trajeto Grand Canyon > Las Vegas. Clique aqui e veja mais sobre a história de Chloride.
4. A rota 66
Todo mundo conhece a Rota 66 (US 66 ou Route 66 em inglês), a famosa rodovia criada em 1926 com 3940km de extensão ligando Chicago, Illinois e Santa Mônica, Califórnia, e passando por Missouri, Kansas, Oklahoma, Texas, Novo México e Arizona. A Rota 66 passou por várias melhorias e realinhamentos na sua vida e foi oficialmente retirada do sistema rodoviário dos Estados Unidos em 27 de junho de 1985, após ter sido substituída na íntegra pelas Interstates. Algumas partes da estrada foram designadas “Historic Route 66” e passamos por um pedaço enquanto fazíamos o trajeto Grand Canyon > Las Vegas. Você vê muita coisa abandonada, mas também muita coisa diferente (como lojas de coisas antigas, casas antigas, etc). Acho que vale a experiência se você não estiver com pressa (pois pegar a rota 66 irá aumentar pelo menos 1h no seu percurso). O trajeto que fizemos foi de Seligman até Kingman.
5. Os Cactus do Arizona
Ok, quando você vê desenhos de cactus simbolizando o estado do arizona você nunca vai pensar que lá é cheio de cactus. Eu pelo menos não pensava. Mas gente, lá é LOTADO de cactus. Você começa a dirigir e ver as pontinhas, uma, duas, mil, cinquenta mil pontinhas. Eu fiquei apaixonada pelos cactus e não descansei enquanto o Ju não parou o carro para eu bater uma boa foto ao lado deles.
6. Joshua Forest Scenic Road
Eu queria muito ter ido no Joshua Tree National Park, que fica em uma zona desértica no sul da Califórnia. O seu nome provém de uma espécie de cacto encontrada quase exclusivamente nesta zona, denominada Joshua tree (árvore de Joshua). Mas por falta de tempo não conseguimos ir no parque. Porém, no nosso último dia de viagem – enquanto fazíamos o trajeto Phoenix > Las Vegas para pegarmos nosso avião – passando pela rodovia US 93 comecei a avistar umas “árvores” diferentes e perguntei pro meu marido: “isso não é Joshua tree?” e ele “não”. Fiquei quieta. De repente aquelas árvores quadruplicaram e ai eu vi um sign do Joshua Forest Scenic Road. Oba! Fiquei tão feliz! Essa estrada de 54 milhas entre as cidades de Wickenburg e Wikieup passa na fronteira de dois desertos (Sonoran e Mojave) e lá você vê uma paisagem incrível: muitos cactus e árvores de Joshua.
7. Hoarfrost no deserto
A última semana de dezembro foi marcada por um frio incomum no oeste Americano. Lá é frio no inverno, mas nada absurdo como os -10C que pegamos no Grand Canyon por exemplo. Em alguns lugares nevou muito e em uma porção do deserto (mais especificamente na estrada 89 entre Kanab e Page) vimos o lindo fenômeno de hoarfrost, que acontece em noites frias e claras quando as condições são tais que o calor é irradiado para o céu mais rápido do que ele pode ser substituído a partir de fontes próximas, como o vento ou objetos quentes (ou seja, muita humidade e frio). Frost significa geada e hoar é um adjetivo inglês que significa “mostrando sinais de velhice”. Neste contexto, refere-se à geada que faz com que árvores e arbustos parecem com cabelos brancos.
8. Horseshoe Bend
Horseshoe Bend é um meandro em forma de ferradura do rio Colorado localizado perto da cidade da Page no estado do Arizona. O local é acessível através de uma trila de 2.4km (que é bem tranquila) e o lugar é estupidamente lindo. Fomos em um dia de muita neblina e só conseguimos ver o local bem de perto. E eu fiquei maravilhada! Nessa região fica o Glen Canyon National Recreation Area e o Lake Powell. Vale (muito) a visita.
9.Hoover Dam
A Barragem Hoover ou Represa Hoover fica localizada bem na divisa entre os estados de Nevada e Arizona, no rio Colorado. A represa, localizada a 48 km de Las Vegas, foi nomeada em homenagem a Herbert Hoover, o 31º Presidente dos Estados Unidos, que foi muito importante no processo de construção da represa. A construção foi iniciada em 1931 e terminada em 1936, dois anos antes do prazo estipulado. A barragem forma o Lake Mead, o maior reservatório de água dos Estados Unidos em volume. Antigamente a rodovia US 93 passava pelo topo da barragem, mas após o 11 de Setembro autoridades expressaram preocupações de segurança e foi construída uma ponte super alta um pouco mais afastada. Mas você ainda pode passar de carro e visitar a represa – só precisa passar por uma inspeção. Vale muito a pena, a estrutura é enorme e o lugar é lindo. Não tem como não lembrar do Superman.
10.O Quarteirão dos Mórmons em Downtown Salt Lake City
Salt Lake City é uma cidade linda rodeada por enormes montanhas. Quando você chega lá fica realmente impressionado. Eu já sabia que SLC era a sede da Igreja dos Santos dos Últimos Dias – igreja dos mórmos – mas fiquei impressionada como 40% do centro da cidade é dedicado a esta religião. Tem a Temple Square, a praça onde fica o Salt Lake Temple (o maior templo da religião que demorou 40 anos para ficar pronto), o Salt Lake Tabernacle (uma espécie de templo oval para conferências), e o Salt Lake Assembly Hall (também para cultos). Tem o The Church of Jesus Christ of Latter-Day Saints Conference Center (um centro de conferências ENORME que ocupa um quarteirão inteiro), tem a Church History Library (biblioteca da igreja), tem a Church History Museum (museu da igreja), tem o Office Building (enorme, um dos mais altos prédios da cidade), tem até casas dos primeiros líderes da igreja preservadas no meio do centro. Fiquei impressionada com a beleza e a organização do lugar. Uma pena que estava muito, muito, muito frio e não dava para ficar tanto tempo na rua.
Se você gosta de lugares incomuns não deixe de clicar aqui e ver minha lista de lugares incomuns em Toronto. Beijos para todos, um ótimo final de semana e até o próximo post.
Olá Gaby!
Pretendo ir para Toronto em Junho para um intercâmbio de 6 meses no Canadá. Em Julho pretendo fazer uma pausa de 30 dias para viajar pelos EUA e Islândia e posteriormente, retornarei aos estudos no Canadá.
Você saberia me informar se o aeroporto de Toronto oferece serviço de “locker” para deixar a minha bagagem durante esse “break” nos estudos e qual o custo médio deste serviço?
Obrigado!
Ola Fabio. Quando escrevi este post aqui https://gabynocanada.com/2013/07/30/como-sobreviver-a-um-atraso-no-pearson-airport-de-toronto/ eu procurei muito sobre lockers mas não achei (também nunca vi no aeroporto). Não acho que eles possuam este serviço, infelizmente.
Obrigada pela visita ao blog
Gaby! Mias uma vez parabéns. Amei as dicas.
As fotos então, nem comento, são surreais! Incríveis mesmo.
Gosto dos detalhes da viagem, como você as descreve, o que da o charme especial são esses lugares, que propiciam fotos exuberantes, sem estarem rodeados de turistas. Rsrs
Abraço! 🙂
Obrigada Tiago! 🙂
Gaby, to realmente impressionada com seu blog. Muitos detalhes, muito carinho… Amei
Obrigada!! Fico muito feliz!
Pingback: Sobre criar expectativas em relação a uma cidade ou viagem - Gaby no Canadá
Seu blog eh o melhor Gabi, parabens pela dedicacao!