Cultura: para mim uma palavra que possui muitos significados. Por definição é um conjunto de manifestações sociais, artísticas, hábitos, formas de organização, de expressão. E, pessoalmente, acredito que a linguagem é parte da cultura (por isso não basta apenas você fazer um curso de inglês no Brasil, é preciso vivenciar a cultura do pais cuja língua você está aprendendo para realmente poder dizer: eu sei falar esta língua!)
Bom, porque estou falando de cultura? Porque aqui em Toronto a cultura tem papel fundamental no entendimento e vivência entre as pessoas. Estava eu a 15 minutos atrás na minha primeira aula de Academic Conversation Skills (em outras palavras Habilidade em Conversação Acadêmica) para nativos e estrangeiros. Ou seja, é uma aula para aprendermos a nos comunicar melhor e conseguirmos “dar nosso recado” dentro e fora da sala de aula, mas no meio acadêmico. Meu professor fala umas 4 línguas e além de dar aulas e ator! Além de ficar impressionada com o número de chineses na sala (definitivamente mais de 50% dos estudantes) algumas outras coisas me chamaram atenção e eu gostaria de compartilhar alguns pontos com vocês:
– Uma das grandes dificuldades dos estudantes internacionais (e eu posso dizer que é uma das minhas grandes dificuldades também) e a comunicação com pessoas de outras culturas, pois não adianta somente você entender do assunto abordado, você deve estar ciente de como deve ser a abordagem para uma determinada pessoa, de como você pode (ou não) fazer piadas, a maneira de chamá-lo, etc. E isto é um ponto muito interessante de estudar em uma cidade com grande diversidade cultural como Toronto: você acaba aprendendo a lidar/tratar/comunicar-se com pessoas de várias culturas e nacionalidades, o que particularmente eu acho fascinante!
– Individualismo X Coletivo: Uma das diferenças culturais entre Canadá e Brasil que eu estou aprendendo é que aqui no Canada o Individualismo se sobrepõe ao Coletivo, até mesmo ao escrever artigos científicos. Não estou dizendo que aqui ninguém se importa com as outras pessoas a não ser ela mesma, mas há uma grande tendência ao individualismo em diversas situações. Por exemplo, quando os professores dão a opção de fazer um trabalho em grupo ou individual, 80% dos alunos preferem fazer este trabalho sozinhos.
– Linguagem Corporal (Body Language): segundo vários artigos é um dos aspectos que mais difere os nativos dos não nativos quando apresentando uma palestra ou mesmo respondendo a uma pergunta em sala de aula. Geralmente estudantes cujo inglês não é a língua nativa tendem a falar baixo, devagar e não se dirigir para quem estão falando, o que pode ser problemático especialmente para alunos que irão ministrar aulas, como é meu caso. Achei legal um exercício que fizemos em relação a isso: tivemos que fazer uma apresentação rápida sobre nós, falar do nosso país, nossa área de pesquisa, etc (essas coisas que sempre acontecem nos primeiros dias de aula) e depois tínhamos que apontar quem mais nos chamou a atenção e porque. Eu fui uma das mais apontadas pois consegui falar olhando para as pessoas e sempre sorrindo e feliz. Ah, e porque eu venho de uma cidade/ilha com 42 praias também foi um fato que chamou a atenção dos meus colegas de curso!!!
Espero que o post seja útil e bora para outra aula que começa em 15 minutos.
Gaby!!!
Simplesmente estás me convencendo a ir estudar aí… hahah e agora eu sei que não era à toa que meu pai queria fazer o doutorado dele aí no Canadá! 🙂
E adoro o teu blog!!
beijo beijo
PS: hoje que eu descobri como comentar aqui.. hahah
concordo com eles, eu lembro do seu sorriso e da sua gargalhada nas aulas do Cori até hoje! hehehee