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Viagem aos Alpes Europeus [Parte 1]

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Hoje eu vou começar a série de posts sobre a viagem que fizemos ao redor dos Alpes Europeus. A viagem durou 3 semanas e passamos por 4 países (Suíça, Alemanha, Áustria e Itália) e 1 principado (Liechtenstein). Esta certamente foi uma viagem diferente de todas as outras pois o foco foi belezas naturais – isso mesmo, nada de cidades grandes, aglomerado de pessoas ou de carros. As atrações turísticas que visitamos – em sua maioria – foram esculpidas pela natureza. Eu, que sou uma amante de viagens e destinos incríveis, não tinha ouvido falar nem de 2/3 dos lugares que passamos e acho que este detalhe deixou a viagem ainda mais especial. Pausa para agradecer o irmão do meu marido que fez o roteiro todinho para nós.

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Sabe aquela viagem onde você não tem pressa para ir para algum lugar ou que não tem um mapa na mão? Pois foi este tipo de viagem que tivemos. Muita natureza, muita paz, crianças soltas correndo pela grama, muita montanha, neve e calor misturados, muita comida e muito amor. E é tudo isso que eu pretendo compartilhar com vocês nos posts da nossa viagem aos Alpes. Espero que vocês gostem e não deixem de comentar se já estiveram nos locais por onde passamos e se tiveram as mesmas impressões da gente.

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A Chegada

A nossa chegada foi um tanto conturbada, se é que esta é a palavra certa. Deixa eu explicar melhor: tínhamos planejado sair de Toronto com destino à Milão em uma quarta, dia 17 de maio. Porém a Air Canada simplesmente cancelou nosso vôo e não nos deu muitas opções para trocarmos. Depois de muitos telefonemas conseguimos trocar para voar um dia antes (terça, dia 16 de maio) para um novo destino (Zurich). Esta mudança fez com que chegássemos um dia antes da família. Por causa disso a gente encontrou algo para fazer nesses quase 2 dias que esperamos para encontrar a mãe e a família do irmão do Juliano.

Chegamos em Zurich no início da manhã e fomos direto para a Alemanha. Isso porque a gente tem uma paixão pela Alemanha, além da Suíça ser cara demais. Pegamos nosso carro e fomos direto para nosso primeiro destino, um hotel rural pertinho de Ravensburg. No caminho passamos por Konstanz (cidade universitária super movimentada e rica em história) e pegamos uma balsa para atravessar o lago de Constança (chamado em alemão de Bodensee).

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De lá (finalmente) chegamos no nosso hotel Gut Hügle Erlebnisbauernhof, uma pousada rural incrível onde 90% dos funcionários não falavam inglês. Eu nem sei como meu marido achou este hotel, mas ele é ótimo: tem fazendinha, playground e um restaurante maravilhoso (com cardápio todo em alemão). Descansamos muito, mas mesmo assim conseguimos aproveitar um pouco de lá.

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No outro dia fomos passar a manhã em Lindau antes de encontrarmos a família no final da tarde. Lindau é a cidadezinha mais famosa do Bodensee e tem seu centro histórico em uma ilha bem pequena dentro do lago. Além dela há duas outras ilhas neste lago – Reichenau e a famosa Mainau (a ilha das flores, que visitamos quando estivemos na região em 2005). A cidade é pequena e pode ser percorrida tranquilamente a pé. Estacionamos perto do porto e caminhamos por ali. Foi muito gostoso pois foi aquela primeira experiência da viagem com o Thomas agora correndo caminhando e ali já sabíamos o que estava por vir. Almoçamos em um dos vários restaurantes do porto, tiramos algumas fotos e seguimos viagem para Bregenz, onde iríamos encontrar nossa família.

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Nossa primeira base: Garmisch-Partenkirchen na Alemanha

Quando viajamos com crianças – e no caso do nosso grupo eram três: uma de 5 anos e dois pequenos de 1.5 anos – não dá para ficar cada dia em um hotel. A gente tem que definir uma “base” e ficar por lá pelo menos umas 4 noites para poder explorar a região ao seu redor. E é por isso que usei o termo “base” e não destino para intitular este primeiro local que paramos com calma.

Garmisch-Partenkirchen está situada aos pés da montanha mais alta da Alemanha (Zugspitze) e é o maior centro de esportes de inverno do país, com uma população de 26.000 habitantes. A cidade fica localizada na região da Baviera e não é mais conhecida pois perde muitos turistas para Fussen, que fica pertinho do famoso Neuschwanstein Castle. Lembram do nosso objetivo de procurar lugares menos movimentados? Então, a escolha de Garmisch-Partenkirchen foi atribuída a isso (já que, apesar de ser turística, é mais voltada para o turismo local). Mas é claro que não resistimos e demos uma passadinha no castelo mais famoso da Alemanha. E, posso falar? A fama tem todo o sentido pois ele é realmente lindo. E de quebra ainda encontramos os tios do Ju que estavam viajando por lá também.

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Voltando a Garmisch-Partenkirchen ela foi fundada em 1935 por ordem do Hitler que decretou a junção de duas cidade – Garmisch e Partenkirchen – para sediar as Olimpíadas de Inverno de 1936. Porém, quando andamos por estas duas partes da cidade – divididas pela estação de trem e pelo rio Partnach – a gente consegue ver a personalidade de cada um de seus lados. Partenkirchen é a mais antiga das duas, fundada no ano 15 quando era uma cidade romana chamada de Partanum. A cidade é centrada na calma rua Ludwigstrasse, cheia de edifícios históricos de estilo bávaro (i.e. três ou quatro andares, persianas de madeira, fachadas voltadas para a rua, printuras em tons pastéis de cenas religiosas, pastorais e regionais). Já Garmish é mais agitada e voltada para a prática de ski. O seu centro é um calçadão para pedestres – Am Kurpark – que passa nas duas praças da cidade, a Richard Strauss Platz e a Marienplatz. É em Garmisch que você encontra lojas de marcas internacionais, vários restaurantes e pubs e bares.

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Onde ficamos hospedados

Por ser uma região de ski Garmisch-Partenkirchen possui vários hotéis, muitos mesmo. Nós ficamos hospedados na parte de Garmisch, no H+ Hotel Alpina. O hotel não tinha nada de luxo mas os quartos são de um tamanho ótimo e, o melhor de tudo, as diárias possuíam café da manhã e jantar inclusos. E eles tinham um cuidado todo especial com a refeição das crianças (olha só abaixo a foto do pratinho de macarrão do Thomas). Todos os hotéis que ficamos que possuíam estas facilidades nos salvaram, pois no final do dia com criança cansada é difícil sair para procurar onde comer. Aliás, preciso falar que os cafés da manhã dos lugares que ficamos foram divinos e está sendo difícil voltar a rotina do pão e manteiga que temos aqui em casa. Realmente o rumor da fartura dos cafés da manhã da Alemanha é real.

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Além do café e jantar inclusos o local possuía uma boa piscina aquecida, estacionamento coberto e espaço para as crianças brincarem. Confesso que eu nunca dei bola para o fato dos hotéis terem um espaço com brinquedos (e nem achei que as pessoas usassem estes locais), mas hoje com o Thomas eu já chego nos hotéis perguntando qual é a estrutura para as crianças que eles oferecem. Quebra um ganho enorme quando seus filhos estão cheios de energia mas você não. Isso sem falar da vista que tínhamos da nossa janela do quarto?

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Atrações que visitamos na região

A principal atração da região é a natureza: campos cheios de flores amarelas com montanhas de picos nevados, casinhas para guardar feno, vacas comendo o pasto e estradinhas pequenas para ciclistas passando no meio de tudo isso. Lembro de estar parada várias vezes admirando tudo isso e agradecendo demais por estar vivendo aquilo, especialmente com meu filho que eu nunca imaginei ter. O poder de uma bela paisagem é incrível: faz a gente agradecer muito.

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Bom, voltando às atrações que visitamos na região, além do Neuschwanstein Castle fomos ao Zugspitze (o ponto mais alto da Alemanha), ao lago Eibsee, a abadia de Ettal e a cidade de Oberammergau (famosa pela suas casinhas pintadas de estilo Bávaro).

O Zungspitze possui 2962 metros acima do nível do mar e para chegar lá você pega um trem que demora um pouco mais de 1h para chegar. Há 4 tipos de tickets para você chegar lá e compramos o que ia direto – Zugspitze Ticket – que custou se não me engano $54 euros por pessoa. No caminho você passa pelo incrível lago Eibsee, que possui águas azul turquesa bem parecidas com as que vocês encontram nos lagos aqui o Canadá. Vale falar que uma boa parte do trajeto do trem é por dentro da montanha. Quando você chega no topo há restaurantes, uma igrejinha e deu para brincar com trenós de neve. O tempo estava bem encoberto e infelizmente não conseguimos ter uma vista muito boa das montanhas. Mas mesmo assim adoramos o passeio e até o Thomas curtiu bastante, já que foi a primeira vez que ele andou de trenó de neve (inverno que vem já vamos nos preparar).

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Na volta paramos na estação Eibsee-Seilbahn que é a estação do lago Eibsee, onde pudemos caminhar e apreciar toda a beleza do local. Há barcos para alugar, restaurante e um hotel incrível. Se você não quiser pegar trem dá para fazer o passeio de carro. Nós fizemos os dois de tão linda que a região é. Lembram de como eu descrevi anteriormente a natureza da região? Pois bem, esse trajeto de carro do centro de Garmisch-Partenkirchen até o Eibsee traz tudo isso. Não deixe de fazer.

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Ainda, visitamos a abadia de Ettal, uma igreja linda fundada em 1330 toda em estilo barroco. É impressionante ver tamanha estrutura no meio de uma cidade tão pequena como Ettal, que fica na beira da rodovia que chegamos até Garmisch-Partenkirchen. A melhor parte da visita foi deixar as crianças correrem soltas no enorme gramado que o local possui.

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Por fim visitamos a cidadezinha de Oberammergau, que é mundialmente famosa pelo número grande de casas com fachadas pintadas (arte chamada de Lüftlmalerei) e sobretudo pela representação histórica da Paixão de Cristo (Passionspiele), a qual foi realizada pela primeira vez em meados de 1600 e hoje acontece a cada 10 anos (a próxima será em 2020). O local também possui uma cultura em artesanato, entalhes em madeira e lojas de enfeites de Natal. Vale também falar que no inverno a região possui um lindo mercado de Natal e uma ótima estação de ski no monte Kofel. Eu fiquei realmente maravilhada com todas aquelas casas pintadas e caprichadas e com o estilo da cidade: elaborada, calma e charmosa.

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E no caminho para a nossa próxima base – Grödig na Áustria – passamos para conhecer e almoçar na cidade alemã de Bad Tolz. Bad Tolz é pequena e um destino para turistas locais que buscam suas águas termais. Bad em alemão significa “banho/spa” em alemão e há várias cidadezinhas na região famosas pelos spas, com vários hotéis legais. Eu adorei passear pelo centro histórico com o Thomas pois nele não passa carro e o calçadão é super largo, livre de perigos. Há vários restaurantes, cafés e sorveterias no local e nós pudemos comer bastante, curtir o sol e a beleza da cidadezinha. Vale uma parada se você estiver passando na região.

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Espero que tenham gostado deste primeiro post sobre a nossa viagem para os Alpes e amanhã já estarei postando a continuação desta viagem incrível.

29 comentários em “Viagem aos Alpes Europeus [Parte 1]”

  1. Gaby, muito legal! adoro o modo que você escreve e ilustra suas viagens, acabo sempre embarcando junto! Torna meu horário de almoço muito mais descontraido! Obrigada!

  2. Nossa Gabi! Cada foto linda e lugares maravilhosos! Amei.. Com certeza estes lugares estão nos que eu quero visitar um dia. A proposito, fiquei com uma curiosidade em relação ao Joe no seus stories, ai no Canada não tem ração para cachorro ou vocês preferem dar os alimentos cozidos mesmo?

  3. Adoro a sua disponibilidade em viajar com criança. Todo mundo que ainda não tem filho e gosta de viajar tem esse receio, de não conseguir mais fazer viagens com a mesma frequência. E você mostra que sim, é possível 🙂

    1. É muito bom Camila… quando a gente viaja com criança um simples boi em um pasto se torna uma atração. Tudo para ele é novo e a viagem se torna muito mais especial. Sem contar o tanto que eles se desenvolvem… é incrível. Beijos

  4. Pingback: Viagem aos Alpes Europeus [Parte 2] - Gaby no Canadá

  5. Oiii Gaby!! Que lugares lindos e que fotos lindas!
    A viagem deve ter sido uma delícia!
    E sabe que ando nessa vibe também… vontade de conhecer lugares com beleza naturais, a sensação de paz, tranquilidade e gratidão é imensa!

  6. Um lugar mais lindo que o outro. Estou apaixonada.
    Gaby qual a câmera que você usa pra tirar essas fotos incríveis?.
    Adoro seu blog. Bjoos

    1. Olá Jessica. O marido usa uma Nikon D750. O que faz a diferença são as lentes, que ele tem várias (não sei o nome mas nenhuma delas é de zoom, ai ele fica trocando dependendo da foto). Dá um trabalhão, mas as fotos ficam muito lindas. Beijos e obrigada pelo carinho!

  7. Que lugares maravilhosos! Nunca estive na Europa, mas é cada lugar que você mostra, de babar! Minha bucket list não para de crescer ai ai ai…

    1. Que bom! Espero inspirar um montão de gente para visitar estes lugares, que são lindos mesmo! Mas me lembraram muito a parte Oeste do Canadá… que é outro lugar incrível para conhecer. Beijos

  8. Gaby, estou impressionada com a beleza natural desses lugares que visitou. lindos, maravilhosos e, como você mesma falou, impossível não agradecer por momentos como esse. Deus fez tudo perfeito.
    Parabéns pela linda família e pela incrível disposição que você tem de colocar isso com paixão nos seus posts.
    Me sinto cada vez mais apaixonada pelo Canadá e pelo mundo que você divide conosco.
    Deus abençoe sua linda família.

    1. Que comentário especial Juciara. Obrigada pelo carinho de sempre e fico feliz que vc (e os outros leitores) gostaram dos relatos da minha viagem. Eu sempre tenho dúvida se devo publicar ou não quando o assunto não é relacionado ao Canadá, mas ai eu lembro que o blog é sobre a minha vida e faz sentido escrever sobre tudo que eu presenciou, aqui ou em qualquer lugar do mundo. Beijos enormes!

  9. Gaby, que fotos incríveis! Vcs deviam vende-as pra uma revista, rs. Meu destino-sonho de viagem é a Alemanha e esse post me fez sorrir. Espero realiza-lo em breve.
    Dúvida off topic, em algum lugar li que as férias no Canadá são de 15 dias somente. É isso mesmo? Como vcs se organizam pra fazer estas viagens incríveis? 🙂 bjs

    1. Olá Lais. Meu destino sonho tbem é a Alemanha. A gente só explorou a parte sul do país e eu já estou louca para marcar uma viagem para ver os 4 cantos de lá. Sobre as férias, depende muito. Meu marido tem 21 dias úteis + a semana entre Natal e 31 de dezembro e somando com os feriados dá até um bom tempo. Eu tenho 3 semanas mas meus chefes são mais flexíveis e se eu entregar o que preciso consigo sempre tirar um dia ali e outro aqui. Beijos

  10. Pingback: Viagem aos Alpes Europeus [Parte 4] - Gaby no Canadá

  11. Gaby!!!! Só agora estou lendo o teu Blog sobre a viagem nos Alpes. Viagens, trabalhos… Que beleza!! E que saudades!! Legal a nossa foto com o Ju e o Thomas na frente de uma estalagem em Füssen. O nosso encontro foi curto, preciso na data, mas muito bom por revermos vocês e matarmos um pouco a saudade.
    As fotos do Juliano estão belíssimas. Já dá prá concorrer a prêmios..rsrsrs. Parabéns Jú!!!
    Gaby, as tuas postagens continuam naturais na escrita, fluentes, “softs” para leitura, muito informativas e, especialmente, inspiradoras para se pegar as malas e correr para o aeroporto mais próximo…
    Grande abraço para todos!!

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