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A transição do Thomas de “infant” para “toddler”

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Ser mãe já é uma novidade para mim, mas ser mãe em um país com cultura diferente daquela que eu sempre vivi está sendo desafiador – e ao mesmo tempo fascinante e incrível. Por mais que eu não tivesse contato com tantas crianças mais novas no Brasil (pois sou a filha mais nova, uma das netas mais novas e minha única irmã teve seu bebê quando eu já estava aqui) eu tenho um certo conhecimento sobre o assunto. Sempre amei crianças e sempre perguntei bastante sobre o assunto para as pessoas que tinham filhos. Mas aqui em Toronto tudo é diferente do que eu “conhecia” e eu me vejo muitas vezes perdida e em outras fascinada em como por aqui tudo é prático e descomplicado. Acho que essas são as duas palavras que ilustram bem a maneira que os Canadenses em geral cuidam dos seus filhos: praticidade e simplicidade (e quem é mãe por aqui pode confirmar isso com certeza). Eu prometo que vou falar com mais detalhes sobre isso em outros posts, mas o assunto hoje é outro: transição de ser um infant para virar um toddler.

Em primeiro lugar toda mãe que estiver vindo para cá deve saber as diferentes categorias para chamar sua criança, especialmente quando você estiver falando com locais. Abaixo, uma listinha com estas categorias que eu encontrei na internet:

Newborn: 0–28 dias
Baby/Infant: 1–12 meses
Toddler: 1–3 anos
Pre-schooler: 3–5 anos
Grade schooler: 5–12 anos
Child: 0–18 anos

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Aqui no Canadá as crianças são consideradas toddlers geralmente depois dos 1.5 anos (como é o caso da creche do Thomas). Na verdade, a distinção dos termos infant e toddler é muito mais do que “apenas a idade” e por aqui só depois que as crianças são capazes de andar e se comunicar é que elas são consideradas toddler e fazem a transição para a nova salinha. Acho super legal pois elas não mudam baseada em ano letivo ou data de nascimento, como eu acredito ser no Brasil: elas só mudam se realmente estão preparadas. E é sobre esta transição que eu vou escrever hoje aqui no blog.

Foi no meio de abril que o Thomas passou para o toddler room. Eu tive que “brigar” lá na escola porque não tinha vaga para ele até meio de maio e ele já estava super pronto para mudar. A sala dos infants é bem menor e embora eu adorasse as cuidadores e ele estivesse super adaptado eu sabia que ele deveria ir o quanto antes (i.e. chegava cheio de energia em casa e era difícil para ele ter a atenção necessária em uma sala com bebês de 6-8 meses que requeriam muito mais atenção). E ele acabou começando na turminha nova entre uma viagem e outra e com a correria e os dias que ele faltou ele não se deu conta que tinha mudado permanentemente. Só esta semana ele começou a perceber que não estava indo para a mesma salinha, e ele sentiu.

Digo “ele não se deu conta” porque ele já visitava a salinha do toddler diariamente e já conhecia todos por lá (só não comia ou dormia). E esse foi um dos argumentos para ele mudar de turma: se ele já estava lá diariamente eu o queria permanentemente.

Voltando à adaptação, ele nunca tinha chorado antes e semana passada ele chorou alguns dias ao deixarmos ele na sala (e meu coração ficou em pedaços). Mas logo ele se distraía e parava de chorar sim, eu ficava espiando. Vale falar que muitos dos seus amigos do infant room já fizeram a mudança, o que facilitou muito a transição.

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As diferenças entre uma sala e outra são enormes. Em primeiro lugar no toddler room não entra mamadeira. Isso mesmo, lá as crianças tomam seu leite no copo, como nós. Eu ainda dou mamadeira à noite para ele mas assim que voltarmos de uma viagem grande que faremos no final de maio eu irei tirar a mamadeira e dar leite no copo, como faço com as outras bebidas. Em segundo lugar lá também não entra bico ou chupeta, e as cuidadoras me falaram que Thomas ficou 1-2 dias sofrendo na hora de dormir mas depois de acostumou a tirar seu cochilo depois do almoço sem a chupeta. Aqui em casa ainda usamos e acho que ainda usarei por algum tempo, até que ele consiga entender que estamos tirando para o bem dele. A gente usa tão pouco – somente para dormir – e ele curte tanto que eu ainda não quero tirar isso dele não (e eu sei que tem muita coisa ruim associada ao uso de chupeta mas quero que ele participe do processo).

Outras mudanças importantes que existem no toddler room é que não há berços para as crianças dormirem (elas dormem em caminhas baixas que são colocadas depois do almoço no meio da sala). E por falar em almoço as crianças comem sozinhas e eu notei que o Thomas quer se servir quando estamos comendo aqui em casa e quando termina quer levantar e levar o prato, copo e talheres na mesa. Ah, e ele ainda quer se servir de água sozinha (e não, a escola do Thomas não é montessoriana).

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Eu estou amando esta nova fase do Thomas – mais independente e comunicativo – e espero que ele continue se desenvolvendo e sendo esta criança feliz e amável que é. Claro que junto com a fase toddler dele chegou o terrible two (terríveis dois anos em inglês ou a chamada adolescência do bebê), que é uma fase dos 18 meses aos 3 anos que a criança passa a se comportar de maneira oposta às solicitações dos pais. A criança passa de obediente e tranquila para contrariada, negativa e chorona de um dia para o outro. O Thomas está passando por alguns momentos como este e conversando na escolinha as cuidadoras falaram que este é um dos indicativos que a criança está pronta para o toddler room. E ser um toddler aqui no Canadá é quase que sinônimo de terrible two: quando você conversar com algum Canadense sobre seus filhos ele certamente vai dizer algo como “então, com um toddler em casa é difícil [complete a frase]”. No nosso caso ainda não passamos por momentos muito ruins, mas eu sei que eles virão e estou preparada. Sempre sonhei em passar por tudo isso.

Por fim, para quem quiser saber mais sobre a creche do Thomas pode ler este post aqui. Nele eu conto sobre as minhas primeiras impressões e também muito sobre o infant room, que é a salinha onde os bebês ficam.

11 comentários em “A transição do Thomas de “infant” para “toddler””

  1. Jéssica Luciana F. Brito

    Boa tarde, Gaby!!
    Adoroooo o seu Blog.. Vejo todos os dias..
    Como o Thomas está grande e lindo ♥.. Parabéns pela família linda que você tem, que Deus a cada dia os abençoe mais..
    Moro no Brasil no estado de MG, e sempre sonhei em conhecer o Cánada.. quem sabe um dia..
    Acho a cidade lindaa, os parques maravilhosos e as bibliotecas um sonho..
    Parabéns pelo Blog..
    Bjss, Jéssica

  2. Parabens pelo blog!!
    E quanto aos valores? Estou indo em abril 2018 e minha filha terá acabado de fazer 2 anos!
    Minha esposa nao trabalhara inicialmente, melhor msm assim pagar uma creche? Ou esperar ate quando?

    Obrigado!!!

    1. Olá Rodrigo. Obrigada pelo recado e pela visita ao blog.
      Os valores variam muito e você pode fazer uma pesquisa nos posts sobre daycare aqui no blog: https://gabynocanada.com/?s=daycare
      Segundo este link a média de daycare (creche) para infants aqui em Toronto é de C$1600 por mês (http://www.cbc.ca/news/business/child-care-costs-1.3888199)
      Quando há a transição para o toddler room há uma diminuição do valor de 100-200 dólares por mês.
      Espero ter ajudado.

  3. Oi Gaby, tudo bem?

    Primeiramente eu gostaria de pedir desculpa pela pergunta que eu vou fazer, pois ela não tem nada haver com o tema do post. Mas eu realmente estou desespera e preciso muito da opinião de quem já passou por esse situação.
    Meu marido foi aceito em Rotman, na UofT, e as suas aulas começam em agosto em 2017. Assim que ele foi aceito fomos atrás da Family house, por ser perto da universidade e pelo custo beneficio ser fantástico. Nos conseguimos um apartamento Standard One Bedroom, o que foi ÓTIMO!!! Porém, eles querem que a gente já pague o valor dos dois alugueis e já reserve.
    A minha dúvida é: qual é estado de conservação dos apartamentos? A própria moça de Rotman disse que o local é barulhento, mas até ai já esperávamos, por ele ficar em downtown. Mas a minha maior preocupação é do apartamento estar mofado, todo acabado e sem nenhum cuidado. Você poderia me disse qual foi a sua experiência com relação a esse tema. Estamos apreensivos, pois se arriscamos (e pagamos) o apto e no final não for aquilo que esperávamos.

    Muito obrigada. Adoro o Thomas, ele é uma das crianças mais simpáticas que eu já vi. Adoro as fotos que vc posta com ele no instagram.
    Sempre leio o seu blog, ele está me a ajudando muito nos preparativos da mudança.

    Beijos

    1. Ola Mariana.
      Muito obrigada pelo seu recado e pela visita ao blog.
      Em primeiro lugar parabéns para o seu marido.
      Em função ao estado do apartamento, os apartamentos são bem simples e não tem nada de luxo – não há granito na cozinha ou banheiro, o piso é feio, as janelas não tem cortina, os utensílios da cozinha são os mais simples mas tudo é bem conservado. Não vai ter mofo, mas não vai ter luxo.
      Eu tenho posts com fotos do local antes, durante e depois de eu arrumar: https://gabynocanada.com/2010/11/03/mudanca-antes/
      Acho que vc tem que estar com a cabeça bem aberta, pensar que a localização é ótima mas que o local é simples, com muuuuita gente diferente e de todas as culturas. Sobre ser barulhento eu nunca notei – mas sou bem tranquila quanto a isso.
      Vc tem que colocar na balança e ver se vale a pena um apartamento mais arrumadinho pelo dobro do preço ou o apartamento da UofT simples e bem localizado. Ah, e vale falar que qualquer lugar em downtown é barulhento. Mas as janelas são duplas por causa do frio e eu achei bem menos barulhento que no Brasil.
      Espero ter esclarecido… boa sorte na sua escolha e na sua mudança!
      Beijos

      1. Muito obrigada Gaby!!!

        Obrigada pelas informações, elas serão bem úteis.
        Vc ajudou tanto, que já reservamos a Family housing.

        Beijos

  4. Gabi, comecei há poucos dias a ler todas as suas postagens no blog. Parabéns e MUITO obrigada por compartilhar. Tem sido nossa fonte principal de informações rs Estamos nos organizando (eu, marido e filhas de 4a3m e 1a4m hoje), para ficarmos 1 ano em Toronto (provável início em ago/18), onde eu farei um posdoc na UofT. Me assustei com a dificuldade que comentou de vagas em creches. Achei que era beeem tranquilo. Alguma dica para eu já me antecipar? Gostaria muito de poder dar a oportunidade de minhas filhas conviverem com crianças da mesma idade, e por isso pensei em creche meio período.

    1. Ola Mariana. Obrigada pelo recado. Minha dica é pedir a vaga o quanto antes e planejar para vir em meses que são menos populares (setembro e janeiro não porque é início de aula e ano e bem mais difícil de conseguir eu ouvi). Sobre a convivência acho super importante, ainda mais que vc estará trabalhando e tem que concentrar no post-doc certo? Dependendo da creche eles não tem meio período. Você só pode pagar full time e se quiser meio período claro que pode fazer, mas não tem descontos. obrigada por acompanhar o blog

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