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Professora

O post campeão da minha enquete sobre “o que escrever por aqui” foi: “Minhas aventuras como professora“. Relutei um pouco em escrever sobre isso, pois na verdade a aventura que acontece é maior na minha cabeça – tentando passar a informação em inglês – do que no exterior. Felizmente nada de diferente aconteceu, nenhum aluno maníaco, nenhuma situação constrangedora, nada de atípico se comparado com as aulas consideradas normais ai no Brasil. Enfim, eu pensei em escrever este post com a meta de mostrar para vocês como é lecionar em uma língua que não é a sua de origem e os desafios que isso gera na minha sala de aula; mas sinceramente eu não estou vendo isso como ‘dificuldade’ ou ‘obstáculo’, mas como uma etapa do meu aprendizado.

Em primeiro lugar, eu sou responsável por parte da disciplina de Fisiologia do Exercício, para os alunos do segundo ano de Educação Física. Digo parte da disciplina porque eu sou responsável pela parte mais prática, do laboratório. Minhas aulas acontecem todas as sextas, das 2pm-4pm. Geralmente 1 hora é teórica e a outra prática. Como são muitos alunos (mais de 100) e a capacidade do laboratório e equipamentos é pequena, dividimos a turma em 3 grupos. Portanto cada grupo vem uma vez a cada 3 semanas.
A outra disciplina que eu respondo é Medicina do Esporte, novamente em associação com um professor. Neste caso, eu sou responsável por uma das “tarefas” dos alunos, que é escrever um trabalho sobre um tema científico, bem como aprender a escrever cientificamente em saúde. Neste caso eu escolhi os temas, irei corrigir (pior parte) e estabeleci 5 encontros que falei sobre os temas, expliquei, dei dicas.
Bom, isso é basicamente o que faço como professora (além de receber 1000 emails por dia com dúvida e ter horários para alunos no meu escritório – os quais ninguém comparece!)

Obviamente sempre dá aquele frio na barriga: “e se eles não me respeitarem”; “e se eu não entender a pergunta que alguém me fizer”; “e se eu não souber a resposta”; “e se meu acento for tão forte, ficando impossível deles entenderem termos técnicos”; e se, e se, e se….
O que posso dizer para vocês, isso tudo aconteceu, mas a cada semana eu estou melhorando minha técnica (de lecionar) e eu sinto que estou mais preparada para isso. Os alunos da U of T são muito educados, e eu tive sorte de ter pego duas turmas sem grandes problemas. Tirando isso, o fato de eu falar outra língua acaba sendo divertido, pois eles sempre tem curiosidade em saber ‘como aquela palavra se pronuncia em português’ ou ‘qual o tipo de tratamento que se faz no Brasil para isso’. O que quero dizer é que eu acabo tirando proveito do fato de ser de fora para tornar as aulas mais interessantes.

Sabe o que é o pior de tudo: ficar duas horas parada, aplicando prova e lembrar que fui uma aluna, que também ficava nervosa, que também colava (pouquinho hein – varios dos meus professores da faculdade leem meu blog)… é muito engraçado ver a reação deles, o desespero, o nervosismo. Juro que da vontade de ajudar!

Ninguém sabe tudo, muito menos eu (que estou me aperfeiçoando no Doutorado). Mas é muito bom poder compartilhar aquilo que você sabe e se fazer entender. Melhor ainda, é saber o que se quer da vida, e eu quero (muito) continuar a pesquisar, lecionar e (não me chamem de maluca) estudar! 🙂

3 comentários em “Professora”

  1. Oi Gaby!!
    Sabe q adoro ler o teu blog, sempre interessante.
    E lendo este ultimo tive, mais uma vez, vontade de ser teu aluno ai no Canada. Por curiosidade de vivenciar uma aula numa outra universidade e c uma professora brasileira. E claro p te prestigiar.
    Sempre conversamos em visitar vcs, quem sabe no ano q vem?!?!
    Bom qualquer hora dessas trocamos skype e conversamos sobre as aventuras fora do Brasil.

    Um beijo.

  2. Pingback: 2011: a Look Behind |

  3. Oi amiga, não tinha lido este post seu ainda… Que alegria ver vc desenvolvendo a profissão de professora! E que honra receber esse treinamento na U of T!! Parabéns pela dedicação e amor ao que faz!! bjsss

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